The China Mail - Castanha-do-pará: mais uma vítima do desmatamento na Bolívia

USD -
AED 3.672498
AFN 66.379449
ALL 81.856268
AMD 381.459863
ANG 1.790403
AOA 916.999791
ARS 1450.463035
AUD 1.491335
AWG 1.80025
AZN 1.695151
BAM 1.658674
BBD 2.014358
BDT 122.21671
BGN 1.660499
BHD 0.377225
BIF 2957.76141
BMD 1
BND 1.284077
BOB 6.926234
BRL 5.521503
BSD 1.00014
BTN 89.856547
BWP 13.14687
BYN 2.919259
BYR 19600
BZD 2.011466
CAD 1.367605
CDF 2199.999868
CHF 0.788565
CLF 0.023065
CLP 904.840304
CNY 7.028501
CNH 7.00831
COP 3743.8
CRC 499.518715
CUC 1
CUP 26.5
CVE 93.513465
CZK 20.600105
DJF 177.719842
DKK 6.343725
DOP 62.690023
DZD 129.439931
EGP 47.548503
ERN 15
ETB 155.604932
EUR 0.84928
FJD 2.269202
FKP 0.741553
GBP 0.740975
GEL 2.685037
GGP 0.741553
GHS 11.126753
GIP 0.741553
GMD 74.517253
GNF 8741.153473
GTQ 7.662397
GYD 209.237241
HKD 7.776215
HNL 26.362545
HRK 6.397499
HTG 130.951927
HUF 330.138007
IDR 16729.15
ILS 3.186019
IMP 0.741553
INR 89.82965
IQD 1310.19773
IRR 42125.000083
ISK 125.697232
JEP 0.741553
JMD 159.532199
JOD 0.708973
JPY 156.015984
KES 128.949914
KGS 87.450049
KHR 4008.85391
KMF 417.999668
KPW 900.017709
KRW 1444.449691
KWD 0.30719
KYD 0.833489
KZT 514.029352
LAK 21644.588429
LBP 89561.205624
LKR 309.599834
LRD 177.018844
LSL 16.645168
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.412442
MAD 9.124909
MDL 16.777482
MGA 4573.672337
MKD 52.285777
MMK 2099.828827
MNT 3555.150915
MOP 8.011093
MRU 39.604456
MUR 45.949763
MVR 15.449976
MWK 1734.230032
MXN 17.93969
MYR 4.045034
MZN 63.910495
NAD 16.645168
NGN 1450.450351
NIO 36.806642
NOK 10.006865
NPR 143.770645
NZD 1.71416
OMR 0.384496
PAB 1.000136
PEN 3.365433
PGK 4.319268
PHP 58.787504
PKR 280.16122
PLN 3.57948
PYG 6777.849865
QAR 3.645469
RON 4.325202
RSD 99.566026
RUB 78.999707
RWF 1456.65485
SAR 3.750695
SBD 8.153391
SCR 15.233419
SDG 601.52774
SEK 9.171285
SGD 1.284155
SHP 0.750259
SLE 24.07501
SLL 20969.503664
SOS 570.585342
SRD 38.335497
STD 20697.981008
STN 20.777943
SVC 8.75133
SYP 11056.879194
SZL 16.631683
THB 31.069532
TJS 9.19119
TMT 3.51
TND 2.909675
TOP 2.40776
TRY 42.846201
TTD 6.803263
TWD 31.442304
TZS 2473.447005
UAH 42.191946
UGX 3610.273633
UYU 39.087976
UZS 12053.751267
VES 288.088835
VND 26320
VUV 121.140543
WST 2.788621
XAF 556.301203
XAG 0.013898
XAU 0.000223
XCD 2.70255
XCG 1.802508
XDR 0.691025
XOF 556.303562
XPF 101.141939
YER 238.449337
ZAR 16.667496
ZMK 9001.193911
ZMW 22.577472
ZWL 321.999592
Castanha-do-pará: mais uma vítima do desmatamento na Bolívia
Castanha-do-pará: mais uma vítima do desmatamento na Bolívia / foto: © AFP

Castanha-do-pará: mais uma vítima do desmatamento na Bolívia

Vital Muñoz se aventura dentro da Amazônia boliviana em busca das últimas castanhas da temporada. Assim como milhares de coletores, ele se preocupa com o avanço do desmatamento, que reduz a produção deste fruto aliado das florestas tropicais.

Tamanho do texto:

"Tirávamos mais barris (sacos) antes. Agora estamos tirando menos", lamenta o colhedor de 76 anos, enquanto abre com golpes de facão os frutos escurecidos dos quais extrai a castanha-do-pará - ou castanha em casca.

No ano passado, foram exportadas 23.000 toneladas de castanha, uma queda de 15% em relação a 2022, quando foram vendidas 27.000 toneladas, segundo o Instituto Boliviano de Comércio Exterior, uma entidade privada.

Da produção boliviana, 90% é distribuída para os Países Baixos, Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Brasil, principalmente.

A Bolívia é um dos principais produtores da castanha-do-pará, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

- "A floresta está se afastando" -

Vital vive em Nueva Vista, a 1.200 quilômetros de La Paz, uma pequena comunidade com 42 famílias, pertencente ao município de Cobija, no departamento de Pando, na fronteira com o Brasil.

"A floresta está se afastando", comenta ele, que trabalha como coletor ao lado de cinco dos seus sete filhos.

Ele percebe que, agora, precisa caminhar cerca de meia hora ou mais para chegar nas árvores de castanha, enquanto o mesmo percurso era concluído em 15 minutos no passado.

Em um único dia, um coletor pode extrair um saco de até 70 quilos, que é vendido às empresas de comércio por cerca de US$ 35 (R$ 174).

Embora os preços pareçam ter salvado a temporada este ano, Vital enxerga com preocupação a perda anual da área florestal.

"Todos os dias venho para minha chácara, mas esta floresta está desaparecendo. Fico o dia todo aqui, não consigo imaginar minha vida sem a floresta", afirma em uma das pausas de seu trabalho.

Pouco mais de 25.000 famílias se dedicam à coleta de castanha-do-pará na Bolívia, segundo a agência estatal de alimentos.

A castanha é produzida de forma natural, sem fertilizantes ou pesticidas, apenas através do processo de polinização que envolve insetos como abelhas ou mamíferos roedores como a cutia.

- Um aliado em risco -

"O desmatamento é um problema que afeta a indústria da castanha. A cada ano, a floresta está sendo perdida", confirma o engenheiro florestal Paul Cárdenas, do Centro de Pesquisa e Promoção Camponesa (Cipca), que lidera um projeto de pesquisa sobre o tema.

Com cerca de 400.000 hectares destruídos, a Bolívia foi, em 2022, um dos três países do mundo que mais perdeu floresta tropical, indicou o mais recente relatório do sistema de monitoramento Global Forest Watch.

Os incêndios florestais estão sufocando a Amazônia boliviana. O governo aponta proprietários de terras e empresários agroindustriais como responsáveis pelos incêndios, em sua tentativa de expandir a fronteira agrícola.

As castanhas vêm da Bertholletia excelsa, uma árvore nativa da América do Sul que pode alcançar 60 metros de altura e viver até 1.000 anos.

Mesmo que permaneçam de pé após os incêndios, as árvores de castanha deixam de ser produtivas. "Elas precisam de vegetação para que as abelhas, que são polinizadoras, consigam chegar", explica o engenheiro Cárdenas.

A chamada região castanheira abrange cerca de 100.000 km² (10% da superfície boliviana), o que representa a mesma extensão de território preservado, segundo dados oficiais.

Y.Su--ThChM