The China Mail - Política e crime, as ligações perigosas por trás do assassinato de Marielle Franco

USD -
AED 3.672502
AFN 68.407349
ALL 83.137027
AMD 382.820413
ANG 1.789783
AOA 916.999988
ARS 1320.994398
AUD 1.539295
AWG 1.80125
AZN 1.696907
BAM 1.672339
BBD 2.013382
BDT 121.67593
BGN 1.67294
BHD 0.377
BIF 2980.979295
BMD 1
BND 1.283236
BOB 6.921054
BRL 5.427197
BSD 0.999423
BTN 87.472157
BWP 13.374377
BYN 3.378495
BYR 19600
BZD 2.004934
CAD 1.382555
CDF 2866.000304
CHF 0.802335
CLF 0.024497
CLP 961.010117
CNY 7.16775
CNH 7.15835
COP 4011.06
CRC 503.217256
CUC 1
CUP 26.5
CVE 94.283882
CZK 20.98385
DJF 177.964942
DKK 6.38114
DOP 62.156096
DZD 129.674785
EGP 48.5225
ERN 15
ETB 142.171487
EUR 0.854904
FJD 2.261503
FKP 0.742771
GBP 0.740205
GEL 2.695021
GGP 0.742771
GHS 11.043511
GIP 0.742771
GMD 72.498782
GNF 8664.38649
GTQ 7.663333
GYD 209.095612
HKD 7.811305
HNL 26.180124
HRK 6.440301
HTG 130.769198
HUF 339.765026
IDR 16244.9
ILS 3.38069
IMP 0.742771
INR 87.55755
IQD 1309.390966
IRR 42050.00016
ISK 122.579621
JEP 0.742771
JMD 160.059855
JOD 0.708976
JPY 147.341501
KES 129.159616
KGS 87.370598
KHR 4007.781269
KMF 422.504793
KPW 899.986573
KRW 1387.270029
KWD 0.30542
KYD 0.832852
KZT 535.067956
LAK 21672.231652
LBP 89970.114795
LKR 301.844845
LRD 200.376229
LSL 17.535219
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.42283
MAD 9.000868
MDL 16.710062
MGA 4390.708969
MKD 52.620778
MMK 2099.484683
MNT 3594.349624
MOP 8.041455
MRU 39.665669
MUR 45.649983
MVR 15.410141
MWK 1732.940578
MXN 18.639495
MYR 4.207499
MZN 63.906991
NAD 17.535219
NGN 1529.210168
NIO 36.777186
NOK 10.095975
NPR 139.955452
NZD 1.703679
OMR 0.384502
PAB 0.999436
PEN 3.498065
PGK 4.225864
PHP 56.65798
PKR 283.530217
PLN 3.642875
PYG 7243.266353
QAR 3.632578
RON 4.320597
RSD 100.128979
RUB 80.852041
RWF 1447.157461
SAR 3.75217
SBD 8.217016
SCR 14.763403
SDG 600.504905
SEK 9.51897
SGD 1.283085
SHP 0.785843
SLE 23.325372
SLL 20969.49797
SOS 571.176941
SRD 38.1085
STD 20697.981008
STN 20.949571
SVC 8.744763
SYP 13001.915896
SZL 17.528634
THB 32.430503
TJS 9.554369
TMT 3.5
TND 2.913957
TOP 2.342096
TRY 41.00209
TTD 6.790849
TWD 30.468993
TZS 2504.999758
UAH 41.45759
UGX 3560.572052
UYU 40.051304
UZS 12349.722103
VES 137.956897
VND 26305
VUV 120.416059
WST 2.711516
XAF 560.905888
XAG 0.025795
XAU 0.000297
XCD 2.70255
XCG 1.801088
XDR 0.697363
XOF 560.886704
XPF 101.975203
YER 240.198421
ZAR 17.55491
ZMK 9001.201507
ZMW 23.280532
ZWL 321.999592
Política e crime, as ligações perigosas por trás do assassinato de Marielle Franco
Política e crime, as ligações perigosas por trás do assassinato de Marielle Franco / foto: © AFP

Política e crime, as ligações perigosas por trás do assassinato de Marielle Franco

A prisão recente dos supostos autores intelectuais do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), um crime que chocou o mundo há seis anos, expôs como nunca antes os vínculos escusos entre a política e o crime organizado no Rio de Janeiro.

Tamanho do texto:

O relatório do inquérito da Polícia Federal, um longo expediente de 500 páginas, está repleto de revelações que parecem saídas de um romance sobre a máfia.

O texto descreve minuciosamente a operação das milícias, que semeiam o terror em comunidades do Rio, com a cumplicidade de policiais e políticos de alto escalão.

Foi contra estes grupos criminosos que Marielle Franco ergueu a voz antes de ser morta a tiros em seu carro, em 14 de março de 2018. A vereadora, originária da Maré, comunidade do subúrbio carioca, foi assassinada aos 38 anos, juntamente com seu motorista, Anderson Gomes.

"É uma investigação fundamental para entendermos o tamanho do buraco em que está o Rio", escreveu na plataforma X Marcelo Freixo, ex-deputado federal (PSB-RJ) e presidente da Embratur.

Marielle Franco considerava Freixo, que foi seu companheiro de partido, seu mentor. Ela foi sua assistente parlamentar quando ele enfrentou frontalmente as milícias.

"As investigações da Polícia Federal sobre o assassinato da Marielle e do Anderson mostram que as milícias permanecem com uma forte influência nos altos escalões das instituições policiais do Rio de Janeiro", explica à AFP Carolina Grillo, coordenadora do Grupo de Estudos sobre Novos Ilegalismos (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF).

"E que o poder público tem uma participação ativa no favorecimento e atuação das milícias", acrescenta.

- Promessa de campanha de Lula -

Presos no domingo, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão são velhos conhecidos da política carioca. Os investigadores os vinculam diretamente às milícias.

O primeiro foi deputado estadual e, em seguida, se tornou conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ); o segundo foi vereador e atualmente é deputado federal, expulso de seu antigo partido, o União Brasil, após a prisão.

O terceiro suspeito preso, Rivaldo Barbosa, é ninguém menos que ex-chefe da Polícia Civil do Rio, instituição inicialmente responsável pelas investigações, que desde o ano passado passaram às mãos da Polícia Federal.

Segundo os investigadores, os irmãos Brazão teriam contratado os serviços de Barbosa para obter "garantia prévia da impunidade" sobre o caso.

Nomeado para o cargo na véspera do crime, Barbosa teria cuidado para que a investigação começasse "natimorta", ocultando as evidências.

Os três suspeitos e seus advogados refutam as acusações.

A prisão de Barbosa foi um choque para os familiares de Marielle Franco, que se sentiram traídos por quem os consolou logo após o crime.

"Ele falou que era questão de honra elucidar esse caso", disse Marinete da Silva, mãe de Marielle, à GloboNews.

As investigações patinaram durante cinco anos, até a volta ao poder, em janeiro de 2023, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez da elucidação do caso uma promessa de campanha.

- Questões territoriais -

Há cerca de 40 anos, as milícias semeiam o terror no Rio. Fundadas por ex-policiais e outros agentes da força pública, começaram a se estabelecer em comunidades na zona oeste da cidade, onde se apresentavam como grupos de autodefesa para manter os narcotraficantes longe.

Além das "taxas de proteção", cobradas de moradores e comerciantes, estenderam a extorsão a todo tipo de serviço, como gás e internet.

Mas, sobretudo, se apoderaram de terrenos públicos para construir ilegalmente moradias e prédios comerciais, "a principal fonte de renda desses grupos", explica Carolina Grillo.

Segundo a Polícia Federal, o crime contra Marielle Franco foi encomendado porque ela "atrapalhava seus interesses".

O relatório também menciona diversos indícios de envolvimento dos irmãos Brazão "com atividades criminosas, incluindo as relacionadas com milícias e 'grilagem' de terras".

A investigação "revela a centralidade da questão fundiária" no controle que as milícias exercem nos bairros onde atuam, inclusive "em nível político", ressalta David Marques, coordenador de projetos da ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

As áreas dominadas por milícias se tornaram, assim, redutos eleitorais para políticos, como seria o caso dos Brazão.

Em 2008, quando Marcelo Freixo criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Rio para investigar estas organizações com a participação ativa de sua então assistente, Marielle Franco, as milícias sofreram um duro golpe.

Dezenas de pessoas foram presas, entre elas representantes locais eleitos.

Mas, estes grupos criminosos "se reformaram rapidamente e cresceram bastante", afirma Carolina Grillo.

Para o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, as revelações do inquérito representam uma oportunidade para "repensar" as políticas de segurança, retomando "o controle dos territórios".

"Isso significa levar cidadania, politica publica, porque é nesse vácuo que as milicias entram, é nisso que elas crescem e impõe terror ao povo brasileiro", disse o ministro na terça-feira, durante homenagem a Marielle Franco na Câmara dos Deputados.

N.Lo--ThChM