The China Mail - Ribeirinhos presos no leito de um rio que arde devido à seca na Amazônia

USD -
AED 3.672504
AFN 67.695851
ALL 82.775385
AMD 377.841273
ANG 1.789783
AOA 917.000367
ARS 1300.07915
AUD 1.546073
AWG 1.80125
AZN 1.70397
BAM 1.668131
BBD 1.991983
BDT 120.269521
BGN 1.668131
BHD 0.372894
BIF 2950.147128
BMD 1
BND 1.275108
BOB 6.834407
BRL 5.422204
BSD 0.98904
BTN 86.494094
BWP 13.299501
BYN 3.331144
BYR 19600
BZD 1.984221
CAD 1.38745
CDF 2866.000362
CHF 0.808124
CLF 0.024472
CLP 960.023882
CNY 7.16775
CNH 7.17073
COP 3986.609237
CRC 498.869888
CUC 1
CUP 26.5
CVE 94.046654
CZK 20.923204
DJF 176.118385
DKK 6.36904
DOP 61.699859
DZD 129.134718
EGP 48.361977
ERN 15
ETB 140.270374
EUR 0.853104
FJD 2.261504
FKP 0.739948
GBP 0.745295
GEL 2.69504
GGP 0.739948
GHS 10.903663
GIP 0.739948
GMD 72.503851
GNF 8574.352851
GTQ 7.584119
GYD 206.831848
HKD 7.814455
HNL 25.873172
HRK 6.427704
HTG 129.412768
HUF 337.340388
IDR 16233.5
ILS 3.370504
IMP 0.739948
INR 87.331504
IQD 1295.407054
IRR 42050.000352
ISK 122.380386
JEP 0.739948
JMD 158.548339
JOD 0.70904
JPY 147.60504
KES 127.732526
KGS 87.427404
KHR 3966.05399
KMF 422.503794
KPW 899.919971
KRW 1384.203789
KWD 0.30539
KYD 0.824172
KZT 531.638876
LAK 21432.896925
LBP 88998.763273
LKR 298.486076
LRD 198.302699
LSL 17.449529
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.36654
MAD 8.951085
MDL 16.659986
MGA 4379.717685
MKD 52.488379
MMK 2099.225378
MNT 3595.593607
MOP 7.965883
MRU 39.442194
MUR 46.110378
MVR 15.410378
MWK 1714.955862
MXN 18.58175
MYR 4.227504
MZN 63.903729
NAD 17.449529
NGN 1535.370377
NIO 36.393876
NOK 10.056604
NPR 138.39055
NZD 1.704608
OMR 0.383402
PAB 0.98904
PEN 3.472643
PGK 4.180136
PHP 56.499504
PKR 280.587658
PLN 3.635549
PYG 7167.896286
QAR 3.605015
RON 4.310604
RSD 99.944561
RUB 79.832829
RWF 1431.617553
SAR 3.752204
SBD 8.217016
SCR 15.053947
SDG 600.503676
SEK 9.493345
SGD 1.284604
SHP 0.785843
SLE 23.303667
SLL 20969.49797
SOS 565.226662
SRD 38.108504
STD 20697.981008
STN 20.896413
SVC 8.653674
SYP 13002.217038
SZL 17.442108
THB 32.405038
TJS 9.445264
TMT 3.5
TND 2.904004
TOP 2.342104
TRY 40.938525
TTD 6.715851
TWD 30.382304
TZS 2467.653205
UAH 40.877308
UGX 3524.244104
UYU 39.583778
UZS 12277.709071
VES 137.956904
VND 26350
VUV 120.474631
WST 2.711602
XAF 559.475457
XAG 0.025709
XAU 0.000297
XCD 2.70255
XCG 1.782507
XDR 0.695808
XOF 559.475457
XPF 101.718623
YER 240.203589
ZAR 17.448604
ZMK 9001.203584
ZMW 22.870911
ZWL 321.999592
Ribeirinhos presos no leito de um rio que arde devido à seca na Amazônia
Ribeirinhos presos no leito de um rio que arde devido à seca na Amazônia / foto: © AFP

Ribeirinhos presos no leito de um rio que arde devido à seca na Amazônia

Os mais fortes e jovens da pequena comunidade de Paraizinho caminham sobre a areia ardente que até pouco tempo era o leito do caudaloso rio Madeira, na Amazônia.

Tamanho do texto:

Acostumados a ver o nível da água subir e descer conforme a temporada, os moradores desta comunidade no estado do Amazonas enfrentam, desta vez, a pior seca já registrada no Brasil, segundo o Governo Federal.

Com temperaturas próximas dos 40º C, as praias do Madeira se tornaram uma passarela infernal que aprisiona os mais velhos e os doentes.

"Cada ano que passa está ficando pior. O ano passado ficou seco dali pra lá mais da metade. Já esse ano já estamos quase do outro lado", diz à AFP Reis Santos Vieira, um agricultor de 69 anos.

O Madeira, um afluente do Amazonas que se estende por 3.300 km, passando por Bolívia e Peru, alcançou nesta semana seu nível mais baixo desde 1967, quando começou o monitoramento, de acordo com o Serviço Geológico Brasileiro (SGB).

"E aí a previsão é ficar pior", antecipa este homem grisalho, com um boné que o protege do sol.

Especialistas relacionam a seca histórica que o Brasil enfrenta à mudança climática, que, por sua vez, desencadeou uma onda de incêndios na Amazônia e em outras regiões brasileiras.

- "Momento muito difícil" -

Em Paraizinho, a areia se estende por quase um quilômetro e, durante boa parte do dia, está tão quente que machuca os pés. A travessia fluvial para a cidade vizinha de Humaitá, essencial para centenas de habitantes, tornou-se uma espécie de travessia pelo deserto.

"A gente está enfrentando essa praia para conduzir tanto alimento como a água que a gente usa aqui. Então, está um momento muito difícil", lamenta Sandra Gomes Vieira.

Na seca do ano passado, uma de suas filhas queimou um pé ao atravessar o rio seco. Desta vez, a pequena abandonou a escola ao ver a areia reaparecer.

"Minha irmã está em tratamento para o câncer e não pode ir à cidade. O pessoal de saúde está vindo até a casa dela. Eu também não tenho muita saúde, mas ainda consigo chegar lá. Com um esforço nas pernas, eu consigo", acrescenta Gomes.

- Voluntários -

Descalços, cinco voluntários da comunidade carregam galões de água potável de Humaitá até Paraizinho.

"Aqui, só temos a ajuda dessas pessoas (...) Só Deus e eles", agradece Francisca de Chaga da Silva, que recebe um galão.

O líder comunitário João Ferreira explica que a água vai para "as famílias mais vulneráveis, que têm pacientes com hipertensão e diabetes".

"Imagine uma pessoa com hipertensão fazendo essa tarefa. Seria muito difícil", enfatiza Ferreira.

Diante da escassez de água, os vizinhos tratam a água do rio com cloro e a usam para tomar banho e lavar pratos e roupas.

- Fumaça -

A pesca e a venda de produtos agrícolas, principais atividades econômicas de Paraizinho, também estão em crise devido à prolongada seca.

"Cresceu muita praia, antes era só dois meses e três meses que ficava sempre até trafegar. Agora já está dando quatro, cinco meses", alerta Ferreira.

A cena se repete por toda a margem do rio Madeira, uma importante via para o comércio de soja, peixe e combustíveis. Em algumas comunidades mais distantes de Humaitá, a situação é mais complicada, afirmam.

E à histórica seca soma-se a nuvem de fumaça dos intensos incêndios florestais na Amazônia brasileira, onde as queimadas se duplicaram em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os incêndios são, em sua maior parte, de origem criminosa e frequentemente ligados à exploração agrícola das terras.

O clima "está mais quente este ano. Também há mais fumaça", diz Sandra Gomes.

Uma de suas filhas "tem sentido dores no peito devido a essa fumaça. Antes, ela não sofria desse problema", preocupa-se a mãe.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende anunciar medidas contra a seca na Amazônia em uma visita a Manaus nesta terça-feira.

S.Wilson--ThChM