

Cardeais iniciam isolamento no Vaticano para o conclave
A identidade do futuro pontífice é a grande incógnita para 1,4 bilhão de católicos e para o mundo, depois que o pontificado reformista do jesuíta argentino despertou um fervor popular e uma divisão dentro da Igreja.
O conclave começará oficialmente na quarta-feira. A partir das 15h00 (10h00 de Brasília) de 7 de maio, os sinais de telefonia serão cortados no interior do Vaticano para isolar os cardeais de influências externas, anunciou a Santa Sé.
Até a eleição do sumo pontífice, os "príncipes da Igreja" devem permanecer sem telefone, sem acesso à internet ou a meios de comunicação, e conservar o sigilo sobre tudo que acontece durante o conclave.
Na vizinha praça de São Pedro, milhares de pessoas permanecerão com os olhares voltados para a chaminé instalada no teto da Capela Sistina à espera de vislumbrar a fumaça branca, primeiro sinal da eleição do 267º pontífice.
As eleições de Bento XVI em 2005 e a de Francisco em 2013 levaram dois dias. Mas alguns analistas acreditam em um processo mais longo em 2025, em particular por ser o conclave mais internacional da História, com cardeais de 70 países.
- Sigilo -
Um total de 133 cardeais eleitores - com menos de 80 anos - participarão na eleição. A maioria foi elevada a este nível durante o pontificado do primeiro papa latino-americano.
O número elevado de cardeais fez com que a residência de Santa Marta, onde eles costumam se hospedar desde o conclave de 2005, ficasse pequena: um edifício vizinho, que geralmente abriga funcionários do Vaticano, foi habilitado para o momento histórico.
Antes de 2005, os cardeais se hospedavam em quartos improvisados no Palácio Apostólico, mais desconfortáveis e com poucos banheiros, razão que motivou o papa João Paulo II a determinar a construção da residência de Santa Marta.
A residência, onde Francisco decidiu morar, dispõe de quartos com banheiro privado e serviços similares aos de um hotel. A distribuição dos quartos entre os cardeais foi definida por sorteio.
Os purpurados podem entrar em seus quartos entre esta terça-feira e a missa de quarta-feira na basílica de São Pedro que precede o conclave. Eles devem manter seus celulares bem guardados.
Os funcionários que prestarão apoio durante a eleição - médicos, ascensoristas, trabalhadores do refeitório e dos serviços de limpeza, entre outros - também juraram na segunda-feira manter sigilo sobre o que acontecerá, sob pena de excomunhão.
Nesta terça-feira, os cardeais organizarão a última reunião preparatória, que acontecem quase diariamente desde o falecimento de Jorge Mario Bergoglio em 21 de abril. Nos encontros, eles abordam várias questões sobre a Igreja.
Entre os temas que já foram discutidos estão as finanças do Vaticano, o escândalo de agressões sexuais, a unidade da Igreja e o perfil do próximo papa. Os debates devem alimentar sua reflexão para votação final na Capela Sistina.
U.Chen--ThChM