The China Mail - O fim do Moinho, a última favela do centro de São Paulo

USD -
AED 3.673018
AFN 69.477334
ALL 84.199361
AMD 383.680003
ANG 1.789699
AOA 917.000177
ARS 1331.494299
AUD 1.537196
AWG 1.8025
AZN 1.724696
BAM 1.684894
BBD 2.018979
BDT 121.693509
BGN 1.679695
BHD 0.377038
BIF 2948.5
BMD 1
BND 1.286457
BOB 6.924982
BRL 5.4648
BSD 0.999927
BTN 87.794309
BWP 13.488635
BYN 3.291393
BYR 19600
BZD 2.008606
CAD 1.373865
CDF 2889.999559
CHF 0.806665
CLF 0.024847
CLP 974.769536
CNY 7.18315
CNH 7.184275
COP 4045.48
CRC 506.308394
CUC 1
CUP 26.5
CVE 95.250244
CZK 21.073057
DJF 177.719636
DKK 6.40351
DOP 61.000311
DZD 130.33082
EGP 48.445602
ERN 15
ETB 138.649811
EUR 0.858053
FJD 2.255901
FKP 0.751467
GBP 0.74847
GEL 2.698647
GGP 0.751467
GHS 10.549741
GIP 0.751467
GMD 72.500185
GNF 8674.999667
GTQ 7.673256
GYD 209.215871
HKD 7.849965
HNL 26.349558
HRK 6.4669
HTG 131.221544
HUF 341.476009
IDR 16344.8
ILS 3.43044
IMP 0.751467
INR 87.696899
IQD 1310
IRR 42125.000284
ISK 122.529785
JEP 0.751467
JMD 159.805649
JOD 0.70897
JPY 147.193498
KES 129.502507
KGS 87.449678
KHR 4009.999715
KMF 422.499774
KPW 899.94784
KRW 1385.094954
KWD 0.30549
KYD 0.833337
KZT 537.310733
LAK 21599.999778
LBP 89550.000016
LKR 300.839518
LRD 201.000268
LSL 17.897237
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.434983
MAD 9.088749
MDL 16.984635
MGA 4435.000433
MKD 53.007232
MMK 2099.311056
MNT 3591.43546
MOP 8.085189
MRU 39.903721
MUR 45.701579
MVR 15.405751
MWK 1736.498748
MXN 18.60135
MYR 4.230116
MZN 63.95963
NAD 17.908373
NGN 1528.498806
NIO 36.750276
NOK 10.1853
NPR 140.468735
NZD 1.683899
OMR 0.384505
PAB 0.999978
PEN 3.554993
PGK 4.1355
PHP 57.303503
PKR 282.549814
PLN 3.666535
PYG 7489.759085
QAR 3.640502
RON 4.355906
RSD 100.51701
RUB 79.995881
RWF 1441.5
SAR 3.752232
SBD 8.244163
SCR 14.144092
SDG 600.499173
SEK 9.609145
SGD 1.284849
SHP 0.785843
SLE 23.095506
SLL 20969.503947
SOS 571.476658
SRD 37.036034
STD 20697.981008
STN 21.35
SVC 8.749252
SYP 13001.372255
SZL 17.889597
THB 32.336501
TJS 9.350099
TMT 3.51
TND 2.898993
TOP 2.342103
TRY 40.65595
TTD 6.779208
TWD 29.909031
TZS 2480.000588
UAH 41.60133
UGX 3569.997889
UYU 40.128017
UZS 12550.000169
VES 126.950815
VND 26225
VUV 119.124121
WST 2.771506
XAF 565.126968
XAG 0.026413
XAU 0.000297
XCD 2.70255
XCG 1.802143
XDR 0.704914
XOF 567.4995
XPF 103.42497
YER 240.349919
ZAR 17.760125
ZMK 9001.199968
ZMW 23.025264
ZWL 321.999592
O fim do Moinho, a última favela do centro de São Paulo
O fim do Moinho, a última favela do centro de São Paulo / foto: © AFP

O fim do Moinho, a última favela do centro de São Paulo

Cíntia Bomfim viu seu filho mais velho receber dois tiros de bala de borracha de policiais durante um protesto comunitário esta semana no Moinho, a última favela do centro de São Paulo, que está prestes a desaparecer por decisão do governo estadual.

Tamanho do texto:

Dois dias depois, esta moradora de 39 anos recebeu a notícia de que lhe será entregue uma casa em troca de deixar a favela, assim como aconteceu com os outros moradores: é o preço que as autoridades vão pagar para liberar o terreno, como parte de um plano de renovação da região central da cidade mais rica e populosa da América Latina.

A proposta de solução aos moradores chegou a esta localidade pobre na quinta-feira, após muitos dias de resistência da comunidade em meio à violenta intervenção policial para garantir a segurança das operações de despejo.

No centro de São Paulo, uma megalópole de 12 milhões de habitantes, coexistem bares e restaurantes da moda com condomínios populares, famílias sem-teto e áreas dominadas pelo tráfico de drogas.

A oposição afirma que a decisão de remover o Moinho, onde vivem cerca de 900 famílias, é parte de uma "higienização" para deslocar os mais pobres e favorecer a especulação imobiliária na região.

As autoridades anunciaram a construção de um futuro parque no terreno, com uma superfície equivalente a três campos de futebol e situado entre duas vias de trens e um viaduto.

"Se eu tiver que sair, quero algo melhor, porque foram anos aqui dentro para ter isso e não foi de graça", disse Bomfim à AFP, antes do acordo e em meio a um forte dispositivo policial para reprimir protestos e inabilitar casas já desocupadas.

A Polícia Militar lançou gás lacrimogênio e disparou balas de borracha contra os moradores, constatou a AFP, que também viu agentes apontando armas de fogo contra alguns deles.

As forças de segurança adentraram com cães em algumas casas, supostamente em busca de drogas e armas.

O governo do estado de São Paulo afirmou que o "crime organizado" estava por trás da resistência à remoção, uma acusação que os moradores desmentem.

"Eu não vim morar aqui porque quis: antes eu trabalhava vendendo bala no farol [semáforo] e não podia pagar aluguel lá fora", acrescentou Bomfim, dona de uma pequena padaria no Moinho, e moradora há 18 anos.

- 'Uma conquista muito aguardada' -

Surgida nos anos 1990, a favela do Moinho é a única que resiste no centro, após a remoção progressiva nas últimas décadas de outras comunidades e ocupações de pessoas menos favorecidas, de tamanho menor que as enormes comunidades da periferia paulista.

"O centro de São Paulo é uma das áreas com metro quadrado mais caro do estado e é objetivo de grande especulação imobiliária, o que pressiona pela expulsão de pessoas pobres, negras e periféricas", afirma a deputada estadual Paula Nunes, do partido de oposição PSOL.

Os governos federal e estadual vão financiar a entrega de 250 mil reais a cada família do Moinho para a compra de casas depois que deixarem a favela.

"A gratuidade [das novas casas] é uma conquista muito aguardada e importante", comemora Yasmim Moja, da associação de moradores.

A oferta corrige uma proposta inicial de concessão de linhas de crédito, considerada inviável pelos moradores, que a rechaçaram com manifestações no Moinho, que incluíram interrupções nas vias de trens.

- De Tarcísio a Lula -

O caso de Moinho provocou uma disputa incomum entre os governos de dois possíveis candidatos nas eleições presidenciais de 2026: o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O terreno da favela pertence à União, que aceitou cedê-lo ao estado de São Paulo com a condição de que garantisse residências dignas aos moradores.

No entanto, em meio à intervenção policial, o governo federal anunciou esta semana que paralisaria a transferência enquanto não se cumprir "um processo de desocupação negociado com a comunidade e transparente".

Por fim, os dois governos chegaram a um acordo para financiar em conjunto a entrega de casas aos moradores, que conseguiram visibilidade no coração de uma das maiores cidades do mundo.

F.Brown--ThChM