The China Mail - A esperança de encontrar as últimas vítimas 30 anos após o genocídio de Srebrenica

USD -
AED 3.672504
AFN 66.067856
ALL 82.329403
AMD 381.252395
ANG 1.790403
AOA 917.000367
ARS 1440.750402
AUD 1.502178
AWG 1.8
AZN 1.70397
BAM 1.665148
BBD 2.010898
BDT 122.012686
BGN 1.66663
BHD 0.376399
BIF 2951.002512
BMD 1
BND 1.28943
BOB 6.898812
BRL 5.419704
BSD 0.998425
BTN 90.29075
BWP 13.228896
BYN 2.94334
BYR 19600
BZD 2.008003
CAD 1.37795
CDF 2240.000362
CHF 0.795992
CLF 0.023203
CLP 910.250396
CNY 7.054504
CNH 7.05355
COP 3802.477545
CRC 499.425312
CUC 1
CUP 26.5
CVE 93.878507
CZK 20.669104
DJF 177.795752
DKK 6.361804
DOP 63.471117
DZD 129.660125
EGP 47.313439
ERN 15
ETB 156.002554
EUR 0.851404
FJD 2.271804
FKP 0.749181
GBP 0.747831
GEL 2.703861
GGP 0.749181
GHS 11.461411
GIP 0.749181
GMD 73.000355
GNF 8683.325529
GTQ 7.647184
GYD 208.879997
HKD 7.78025
HNL 26.285812
HRK 6.417704
HTG 130.867141
HUF 327.990388
IDR 16633.75
ILS 3.222795
IMP 0.749181
INR 90.570104
IQD 1307.905155
IRR 42122.503816
ISK 126.403814
JEP 0.749181
JMD 159.856966
JOD 0.70904
JPY 155.76504
KES 128.74718
KGS 87.450384
KHR 3997.275552
KMF 419.503794
KPW 899.985916
KRW 1474.530383
KWD 0.306704
KYD 0.832063
KZT 520.710059
LAK 21644.885275
LBP 89408.028607
LKR 308.509642
LRD 176.22068
LSL 16.844664
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.423354
MAD 9.185305
MDL 16.877953
MGA 4422.970499
MKD 52.403048
MMK 2099.89073
MNT 3548.272408
MOP 8.006045
MRU 39.956579
MUR 45.920378
MVR 15.403739
MWK 1731.301349
MXN 18.013904
MYR 4.097304
MZN 63.910377
NAD 16.844664
NGN 1452.570377
NIO 36.745988
NOK 10.137304
NPR 144.46554
NZD 1.72295
OMR 0.384504
PAB 0.998425
PEN 3.361458
PGK 4.303776
PHP 59.115038
PKR 279.805628
PLN 3.59745
PYG 6706.398195
QAR 3.638755
RON 4.335904
RSD 99.936146
RUB 79.673577
RWF 1453.152271
SAR 3.752205
SBD 8.176752
SCR 15.027038
SDG 601.503676
SEK 9.269904
SGD 1.292104
SHP 0.750259
SLE 24.125038
SLL 20969.503664
SOS 569.579839
SRD 38.548038
STD 20697.981008
STN 20.859052
SVC 8.736112
SYP 11057.088706
SZL 16.838789
THB 31.595038
TJS 9.175429
TMT 3.51
TND 2.918735
TOP 2.40776
TRY 42.580368
TTD 6.775361
TWD 31.335104
TZS 2471.074028
UAH 42.185773
UGX 3548.593078
UYU 39.180963
UZS 12028.436422
VES 267.43975
VND 26306
VUV 121.393357
WST 2.775465
XAF 558.475161
XAG 0.016141
XAU 0.000233
XCD 2.70255
XCG 1.799413
XDR 0.694564
XOF 558.475161
XPF 101.536759
YER 238.503589
ZAR 16.87546
ZMK 9001.203584
ZMW 23.038611
ZWL 321.999592
A esperança de encontrar as últimas vítimas 30 anos após o genocídio de Srebrenica
A esperança de encontrar as últimas vítimas 30 anos após o genocídio de Srebrenica / foto: © AFP

A esperança de encontrar as últimas vítimas 30 anos após o genocídio de Srebrenica

Para Sadik Selimovic, a alegria de ter sobrevivido aos massacres de Srebrenica em 1995 não durou muito. Quando soube da morte de seus três irmãos e de seu pai, decidiu dedicar sua vida a encontrá-los.

Tamanho do texto:

Três décadas depois, Selimovic, de 62 anos, que se tornou pesquisador no International Comission on Missing Person (ICMP), não consegue conter a angústia ao pensar que ainda há cerca de 1.000 vítimas a serem encontradas.

Em julho de 1995, as forças sérvias da Bósnia mataram 8.000 homens e adolescentes muçulmanos em Srebrenica, uma área protegida pelos capacetes azuis da ONU.

A Justiça internacional classificou os crimes como genocídio, o pior massacre ocorrido na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

"Nos últimos três anos, fizemos buscas em 62 locais" na esperança de encontrar covas coletivas, disse Selimovic à AFP. "Mas não encontramos um único corpo", lamenta.

"Aqueles que sabem [onde estão as fossas] não querem dizer", continua este homem, que passa os dias procurando testemunhas entre os sérvios que vivem na região, muitas vezes seus vizinhos, amigos de escola ou aqueles com quem trabalhou antes da guerra na fábrica de baterias Potocari, agora um centro memorial do genocídio.

A guerra da Bósnia, que ocorreu entre 1992 e 1995, deixou quase 100.000 mortos.

"Como conseguem viver com o que sabem?", pergunta. "Não consigo entender. Mas há pessoas que se manifestaram, e isso também precisa ser dito", acrescenta.

A última cova coletiva foi descoberta em 2021 na região de Dobro Polje, a 180 km da cidade. Dez vítimas de Srebrenica foram encontradas nela.

Até o momento, mais de 6.800 vítimas foram identificadas, cerca de 80% do total, explica a Dra. Dragana Vucetic, antropóloga forense do ICMP.

No necrotério do ICMP em Tuzla, noroeste da Bósnia, há "90 casos cujas impressões digitais genéticas (DNA) foram isoladas", mas ainda não identificadas.

Há também cerca de 50 vítimas identificadas. "Mas as famílias ainda se recusam a confirmar a identificação e enterrá-las. Na maioria das vezes, porque os restos mortais estão incompletos", explica a especialista, que trabalha no centro de identificação há mais de duas décadas.

- Covas coletivas -

Inicialmente, os corpos das vítimas eram jogados em grandes covas perto dos "cinco locais de execução em massa".

Mas, "alguns meses depois, essas fossas foram abertas e os corpos, já em processo de decomposição, transportados para outros locais, às vezes a 100 quilômetros de distância", explica Vucetic.

Foi nesse momento que os corpos foram "desmembrados" por tratores e escavadeiras e, muitas vezes, transportados para dois ou três locais diferentes, na tentativa de ocultar o crime.

"Durante as exumações, encontramos corpos completos apenas em 10% dos casos", acrescenta a especialista.

Testes de DNA foram utilizados para reconstruir alguns esqueletos, muitas vezes com partes encontradas em quatro fossas diferentes.

Aproximadamente 6.000 pessoas foram identificadas entre 2012 e 2022. Após esse período, o número de identificações diminuiu, com apenas três casos desde o início de 2025.

Mevlida Omerovic, de 69 anos, aguarda desde 2013 que os restos mortais do marido estejam reunidos para que possam ser enterrados no memorial de Srebrenica. Ele foi morto aos 33 anos, junto com seu irmão Hasan.

"Só resta o maxilar dele, mas agora decidi enterrá-lo" durante as cerimônias pelo 30º aniversário do genocídio em 11 de julho, diz. "Saberemos onde fica o túmulo dele e poderemos ir lá para rezar", acrescenta. Seu irmão Senad, morto aos 17 anos, nunca foi encontrado.

O pesquisador Sadik Selimovic recuperou os restos mortais de seus irmãos e de seu pai. O último que encontrou foi seu irmão mais novo, Sabahudin, enterrado em 2023.

Mas ele não tem intenção de parar. "É o que me faz seguir em frente. Sei o que significa ouvir que encontraram seu ente querido", diz.

Por isso, lê depoimentos, vasculha a área e retorna repetidamente aos mesmos lugares.

"Encontraremos outras pessoas. Se houver outras covas coletivas, e eu acho que deve haver, nós as encontraremos", diz.

O que preocupa é o Drina, rio na fronteira entre a Bósnia e a Sérvia, que corre não muito longe de Srebrenica.

"Receio que o Drina seja a maior cova coletiva. Ninguém jamais encontrará aqueles que foram parar lá".

A.Zhang--ThChM