

Polícia de Minnesota prende suspeito do assassinato de congressista estadual
O suspeito do assassinato de uma congressista estadual democrata e seu marido no estado de Minnesota, no norte dos Estados Unidos, comparecerá à Justiça nesta segunda-feira (16) após ser capturado em uma intensa perseguição de dois dias.
Vance Boelter, de 57 anos, é acusado de matar a tiros a congressista Melissa Hortman e seu marido no sábado, em sua casa nos subúrbios de Minneapolis, além de ferir gravemente o senador estadual John Hoffman e sua companheira.
O duplo ataque chocou a classe política em todo o país em um momento de crescente tensão em relação às políticas do presidente republicano Donald Trump.
Boelter foi detido na noite de domingo em uma área rural a mais de uma hora a oeste de Minneapolis.
"Após uma busca de dois dias e duas noites sem dormir, a polícia prendeu Vance Boelter", disse o governador de Minnesota, Tim Walz, em coletiva de imprensa.
A polícia informou que o suspeito foi preso sem uso da força após a maior operação de busca da história do estado, que incluiu o envio de 20 equipes da SWAT.
As autoridades ofereceram uma recompensa de até 50.000 dólares (R$ 278.230) por informações que levassem à sua captura.
Na manhã de sábado, um atirador, que se acredita ser Boelter, se dirigiu às casas dos legisladores estaduais Hoffman e Hortman. Em uma foto compartilhada pelas autoridades, ele aparece disfarçado com um uniforme policial e o que parece ser uma máscara de látex, tocando uma campainha.
"As últimas notícias são de que o senador Hoffman saiu de sua última cirurgia e está se recuperando bem", disse Walz.
O legislador foi baleado nove vezes e sua companheira oito vezes, segundo a senadora Amy Klobuchar, que representa Minnesota no Congresso.
Boelter enfrenta duas acusações de homicídio em segundo grau e duas de tentativa de homicídio em segundo grau, que podem resultar em penas máximas de até 40 anos, segundo um documento judicial.
Ele está detido em uma penitenciária do condado de Hennepin e deve comparecer ao tribunal nesta segunda-feira, às 13h30, horário local (15h30 no horário de Brasília).
- Motivação "política" -
O suspeito fugiu a pé após uma troca de tiros com a polícia perto da residência de Hortman, onde deixou um veículo.
Dentro do veículo foi encontrado um caderno com os nomes de outros parlamentares e possíveis alvos.
"Estou preocupada com todos os nossos líderes e organizações políticas", disse a senadora Klobuchar no domingo.
"A motivação foi política e havia claramente uma ligação com o aborto por causa dos grupos na lista", acrescentou.
Hortman, de 55 anos, mãe de dois filhos, foi presidente da Câmara dos Representantes de Minnesota e fez do direito ao aborto uma prioridade.
- "Diferenças políticas" -
O próprio Trump sobreviveu a uma tentativa de assassinato durante um comício de campanha em julho passado, e as autoridades frustraram um segundo ataque contra ele.
A casa do governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, foi incendiada este ano.
Em 2022, um agressor armado com um martelo atacou o marido da então presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.
"Este é um momento no país em que vemos a violência explodir", disse Walz após a prisão.
"Essa não pode ser a norma. Não pode ser a maneira como lidamos com nossas diferenças políticas", acrescentou.
Em entrevista à ABC News no domingo, Trump condenou os ataques aos parlamentares de Minnesota, mas aproveitou a oportunidade para criticar o governador Walz, que foi o candidato democrata à vice-presidência na eleição do ano passado.
Questionado sobre os ataques e se pretendia falar com Walz, ele respondeu: "É terrível. Acho que ele é um governador muito ruim, completamente incompetente. Mas eu poderia ligar para ele, assim como poderia ligar para outras pessoas".
S.Wilson--ThChM