The China Mail - 'Um dia após o outro' - Argentina amarga maior inflação mensal em 30 anos

USD -
AED 3.672499
AFN 68.253087
ALL 83.11189
AMD 382.193361
ANG 1.789783
AOA 917.000026
ARS 1296.544538
AUD 1.528585
AWG 1.80075
AZN 1.696679
BAM 1.671124
BBD 2.016064
BDT 121.314137
BGN 1.671124
BHD 0.376469
BIF 2977.656257
BMD 1
BND 1.280215
BOB 6.899645
BRL 5.400897
BSD 0.998505
BTN 87.326014
BWP 13.362669
BYN 3.331055
BYR 19600
BZD 2.005639
CAD 1.38055
CDF 2894.999659
CHF 0.806593
CLF 0.024576
CLP 964.096211
CNY 7.182101
CNH 7.188899
COP 4046.909044
CRC 504.549921
CUC 1
CUP 26.5
CVE 94.215406
CZK 20.904397
DJF 177.810057
DKK 6.37675
DOP 61.460247
DZD 129.567223
EGP 48.265049
ERN 15
ETB 140.628786
EUR 0.85425
FJD 2.255896
FKP 0.737781
GBP 0.73749
GEL 2.69002
GGP 0.737781
GHS 10.833511
GIP 0.737781
GMD 72.556834
GNF 8657.239287
GTQ 7.658393
GYD 208.817875
HKD 7.82575
HNL 26.13748
HRK 6.43703
HTG 130.653223
HUF 337.801955
IDR 16203
ILS 3.377065
IMP 0.737781
INR 87.513502
IQD 1307.984791
IRR 42112.498309
ISK 122.380298
JEP 0.737781
JMD 159.772718
JOD 0.709043
JPY 147.015017
KES 129.004144
KGS 87.378803
KHR 3999.658222
KMF 420.499871
KPW 900.000002
KRW 1388.969924
KWD 0.30547
KYD 0.832059
KZT 540.872389
LAK 21611.483744
LBP 89415.132225
LKR 300.542573
LRD 200.196522
LSL 17.559106
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.400094
MAD 8.995172
MDL 16.64972
MGA 4442.260862
MKD 52.578289
MMK 2099.537865
MNT 3596.792519
MOP 8.046653
MRU 39.940189
MUR 45.639973
MVR 15.409613
MWK 1731.362413
MXN 18.74305
MYR 4.213061
MZN 63.878349
NAD 17.559106
NGN 1532.720333
NIO 36.741146
NOK 10.19984
NPR 139.721451
NZD 1.688633
OMR 0.384218
PAB 0.998505
PEN 3.559106
PGK 4.154313
PHP 56.552991
PKR 283.287734
PLN 3.644209
PYG 7312.342462
QAR 3.640364
RON 4.325802
RSD 100.123895
RUB 79.719742
RWF 1445.80681
SAR 3.752502
SBD 8.223773
SCR 14.949545
SDG 600.498151
SEK 9.55527
SGD 1.277201
SHP 0.785843
SLE 23.310995
SLL 20969.49797
SOS 570.598539
SRD 37.559872
STD 20697.981008
STN 20.933909
SVC 8.736703
SYP 13001.821653
SZL 17.553723
THB 32.45029
TJS 9.310975
TMT 3.51
TND 2.918187
TOP 2.342098
TRY 40.873025
TTD 6.774896
TWD 30.032501
TZS 2608.535908
UAH 41.211005
UGX 3554.492246
UYU 39.945316
UZS 12562.908532
VES 135.47035
VND 26270
VUV 119.143454
WST 2.766276
XAF 560.479344
XAG 0.026308
XAU 0.0003
XCD 2.70255
XCG 1.799547
XDR 0.697056
XOF 560.479344
XPF 101.901141
YER 240.275009
ZAR 17.59525
ZMK 9001.17429
ZMW 23.140086
ZWL 321.999592
'Um dia após o outro' - Argentina amarga maior inflação mensal em 30 anos
'Um dia após o outro' - Argentina amarga maior inflação mensal em 30 anos / foto: © AFP

'Um dia após o outro' - Argentina amarga maior inflação mensal em 30 anos

A inflação registrou 12,4% em agosto na Argentina, a mais alta em um mês desde 1991, e as pessoas fazem malabarismos para chegar ao fim do mês.

Tamanho do texto:

O instituto nacional de estatísticas divulgou, nesta quarta-feira (13), o dado do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que acumula 124,4% em 12 meses e 80,2% este ano. A inflação na Argentina está entre as mais altas do mundo.

A inflação mensal não era tão alta desde fevereiro de 1991 (27%), quando o país adotou um processo de conversibilidade fixa do peso em relação ao dólar. A última vez que o IPC mensal chegou a dois dígitos foi em abril de 2002 (10,4%), justamente depois que o país abandonou este modelo de paridade fixa de 1 a 1.

O setor que mais sofreu o impacto inflacionário foi o de alimentos e bebidas não alcoólicas, com alta de 15,6%, "resultante do aumento nos preços das carnas e derivados, e das verduras, tubérculos e legumes".

- "Não tem nada" -

A carne, central na dieta dos argentinos, teve altas de mais de 30%. A carne moída comum, a mais popular, por exemplo, aumentou 39,4% em agosto, segundo o boletim. Cortes mais nobres também tiveram altas importantes.

"Não tem nada, não há dinheiro para economizar", disse à AFP a professora Karina Sablich, enquanto fazia compras em um mercado aberto de Buenos Aires. "Vivemos um dia após o outro, trabalho o dia todo porque com um único emprego, não damos conta".

O ministro da Economia, Sergio Massa, candidato do governo à Presidência, falou pouco depois da divulgação do índice.

"Agosto foi um dos piores meses no processo econômico dos últimos 30 anos, devido a uma imposição do Fundo Monetário Internacional", disse.

Ele se referiu à desvalorização do peso em 21% em 14 de agosto, acordada com o FMI para liberar parcelas do programa de crédito firmado com o organismo por 44 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 215 bilhões de reais).

A ela, seguiu-se uma enxurrada de remarcações de preços a poucas semanas das eleições presidenciais de 22 de outubro, nas quais os candidatos da oposição prometem adotar um ajuste fiscal austero para estabilizar a economia.

O mercado já esperava uma inflação de dois dígitos e a bolsa fechou no azul (2,84%).

- "Uma vergonha" -

O setor da saúde registrou alta de 15,3%; equipamento e manutenção do lar, 14,1%; e transporte, 10,5%.

"Uma vergonha", escreveu a candidata conservadora Patricia Bullrich. "Não é só a inflação, é o número que resume a tragédia que Massa e o kirchnerismo nos deixam".

O economista Victor Beker, diretor do Centro de Estudos da Nova Economia da Universidade de Belgrano, disse que "é necessário um plano anti-inflacionário".

"Mas, certamente, até 10 de dezembro, não vai existir", explicou à AFP. É nesta data que o novo governo será empossado.

A Argentina já teve dois episódios de hiperinflação: em 1989, de 3.079% anual, e em 1990, de 2.314%.

O país adotou, então, o modelo da "conversibilidade", apoiado em privatizações, desregulamentações e em uma abertura total da economia.

A inflação anual baixou para um dígito, mas o aumento das importações elevou a dívida em divisas, arruinou a indústria e provocou uma grave recessão, que precipitou a crise política de 2001 e a desvalorização do peso em 2002.

- Esticar o dinheiro -

Massa prevê anunciar novas medidas, que se seguem à anunciada nestes dias de aumentar o valor mínimo da faixa para o pagamento do imposto de renda, que - disse - vai melhorar o dinheiro no bolso dos argentinos em até 21%.

Desconfiadas, as pessoas esticam como podem o dinheiro.

"Há uma descrença total e continuamos, apesar de tudo, sabendo que por enquanto as coisas não vão mudar", disse Sablich. "Isso é o mais triste de estar neste país neste momento: a incerteza de não saber como vamos sair, quem vai nos tirar" desta situação.

O boletim FocusEconomics de setembro, que reúne mais de 40 analistas de bancos e consultorias, estima que a inflação encerrará 2023 mais alta que no ano anterior, "impulsionada pelo colapso do peso em meio ao financiamento monetário [mediante emissão monetária] do déficit fiscal".

"Uma desvalorização do peso mais rápida que o esperado e a generosidade fiscal antes das eleições de outubro são riscos-chave para a alta", afirmou.

B.Chan--ThChM