The China Mail - Indústria siderúrgica da América Latina em apuros com as tarifas de Trump

USD -
AED 3.672504
AFN 68.232749
ALL 83.558715
AMD 383.502854
ANG 1.789699
AOA 916.999743
ARS 1325.488704
AUD 1.53185
AWG 1.8025
AZN 1.699946
BAM 1.678726
BBD 2.017189
BDT 121.342432
BGN 1.675501
BHD 0.377045
BIF 2978.990118
BMD 1
BND 1.283861
BOB 6.900991
BRL 5.438799
BSD 0.999064
BTN 87.452899
BWP 13.442146
BYN 3.297455
BYR 19600
BZD 2.0068
CAD 1.37535
CDF 2890.000084
CHF 0.80602
CLF 0.024682
CLP 968.280176
CNY 7.181498
CNH 7.185075
COP 4050.86
CRC 506.224779
CUC 1
CUP 26.5
CVE 94.644007
CZK 20.931038
DJF 177.901416
DKK 6.39532
DOP 61.011419
DZD 129.914969
EGP 48.4941
ERN 15
ETB 138.627715
EUR 0.85684
FJD 2.251802
FKP 0.743585
GBP 0.74216
GEL 2.7029
GGP 0.743585
GHS 10.536887
GIP 0.743585
GMD 72.502673
GNF 8663.249448
GTQ 7.66319
GYD 208.952405
HKD 7.849901
HNL 26.159526
HRK 6.4565
HTG 130.72148
HUF 338.684501
IDR 16243.6
ILS 3.423565
IMP 0.743585
INR 87.550497
IQD 1308.355865
IRR 42125.000038
ISK 122.530148
JEP 0.743585
JMD 159.95604
JOD 0.708978
JPY 147.494497
KES 128.989738
KGS 87.45005
KHR 4001.940439
KMF 422.149958
KPW 900.000303
KRW 1388.069619
KWD 0.30548
KYD 0.832325
KZT 539.727909
LAK 21608.514656
LBP 89486.545642
LKR 300.373375
LRD 200.248916
LSL 17.702931
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.416892
MAD 9.044505
MDL 16.768379
MGA 4408.879578
MKD 52.719056
MMK 2099.278286
MNT 3593.667467
MOP 8.075018
MRU 39.850605
MUR 45.38032
MVR 15.399005
MWK 1732.384873
MXN 18.57983
MYR 4.23202
MZN 63.960003
NAD 17.702931
NGN 1531.679759
NIO 36.765148
NOK 10.255555
NPR 139.966515
NZD 1.67899
OMR 0.384536
PAB 0.998755
PEN 3.535041
PGK 4.213997
PHP 56.98703
PKR 283.47835
PLN 3.637953
PYG 7482.677794
QAR 3.650401
RON 4.3424
RSD 100.362019
RUB 79.593891
RWF 1445.099361
SAR 3.750526
SBD 8.217066
SCR 14.743516
SDG 600.497543
SEK 9.550685
SGD 1.283485
SHP 0.785843
SLE 23.09428
SLL 20969.503947
SOS 570.964931
SRD 37.279016
STD 20697.981008
STN 21.03564
SVC 8.738681
SYP 13001.771596
SZL 17.701706
THB 32.313974
TJS 9.328183
TMT 3.51
TND 2.928973
TOP 2.342099
TRY 40.735695
TTD 6.779108
TWD 29.88599
TZS 2470.000102
UAH 41.327043
UGX 3563.795545
UYU 40.075533
UZS 12578.000944
VES 128.74775
VND 26228
VUV 119.401149
WST 2.653917
XAF 563.200666
XAG 0.026195
XAU 0.000296
XCD 2.70255
XCG 1.800009
XDR 0.700441
XOF 563.203084
XPF 102.364705
YER 240.449743
ZAR 17.703398
ZMK 9001.203984
ZMW 23.152942
ZWL 321.999592
Indústria siderúrgica da América Latina em apuros com as tarifas de Trump
Indústria siderúrgica da América Latina em apuros com as tarifas de Trump / foto: © AFP

Indústria siderúrgica da América Latina em apuros com as tarifas de Trump

Em 2024, a maior siderúrgica do Chile, Huachipato, fechou as portas derrotada pelo aço barato da China. Meio ano depois, as tarifas de Donald Trump ameaçam os meios de subsistência de 1,4 milhão de pessoas que trabalham neste setor na América Latina.

Tamanho do texto:

Assim como em seu primeiro mandato (2017-2021), o presidente americano pretende proteger a indústria siderúrgica dos Estados Unidos ao tornar o metal importado mais caro, com as tarifas alfandegárias de 25%, em vigor desde 12 de março.

Os Estados Unidos importam 25 milhões de toneladas do metal por ano. O Canadá é seu maior fornecedor individual, seguido por Brasil e México, com produtos destinados a outras indústrias, como a automotiva e de construção.

A indústria americana "precisa se abastecer" de produtos com "tecnologias especiais (...), aços que sempre comprou da América Latina", disse à AFP Ezequiel Tavernelli, diretor executivo da Associação Latino-Americana do Aço (Alacero).

Portanto, em um contexto de superprodução mundial de aço, com a China na vanguarda, as tarifas serão uma grande distorção para o mercado: "A única coisa que traria seria uma enxurrada de aço devido ao desvio de comércio desse aço, que ia para os Estados Unidos (...), para regiões menos protegidas (e) com menor capacidade de defesa", como a América Latina, ressalta o executivo.

Para explicar a gravidade da ameaça, o especialista lembra que, em 2000, a China exportava menos de 100.000 toneladas de aço anualmente para a América Latina. "Hoje são mais de 14 milhões. (O crescimento) é exponencial", enfatizou.

A produção de aço na América Latina está em declínio há três anos. Em 2024, a queda foi de 3,6%, para 56 milhões de toneladas, ante um consumo de 73 milhões. A participação da China no total utilizado na região é cada vez maior.

Devido às tarifas de Trump, os produtores latino-americanos não perderiam apenas o acesso aos Estados Unidos. A perda de participação de mercado para o aço chinês em seus próprios países também seria acentuada.

- Dilúvio -

Os números são gritantes.

O mundo tem uma capacidade de produção de 2,48 bilhões de toneladas de aço por ano. Desse total, a China representa 1,14 bilhão, mais de 45%. O país asiático utiliza a maior parte, mas sobra cerca de 140 milhões de toneladas, que acabam no mercado internacional a preços de 'dumping' (a venda de produtos abaixo do preço de produção), segundo a Alacero.

"Um dos países com maior excesso de capacidade e que inunda os nossos mercados com o aço é a China, e ela faz isso de forma desleal", com preços abaixo do custo graças aos subsídios governamentais que vão de energia a créditos, observou Tavernelli.

Vinte e três por cento do excesso de produção mundial de aço vem da China.

Em setembro do ano passado, os chilenos vivenciaram em primeira mão o impacto dessa situação, que Tavernelli descreve com preocupação: Huachipato, a maior indústria siderúrgica do país, fechou seus fornos, dando fim a quase 75 anos de história.

As sobretaxas anunciadas pelas autoridades não foram suficientes. O aço chinês é 40% mais barato que o aço chileno. A competição tornou-se impossível.

- Trabalhar em equipe -

A Alacero argumenta que a "regionalização" da cadeia de produção — ou seja, que os Estados Unidos adquiram o aço de seus vizinhos — é "a melhor defesa contra o comércio desleal da China e dos países do sudeste asiático".

Ou, como destacou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil, Geraldo Alckmin, o objetivo é a "complementaridade econômica". O Brasil, assim como o México, negocia alternativas para evitar as tarifas de Trump, um caminho que já funcionou durante o primeiro mandato do americano.

Na mesma linha, no México, a Câmara Nacional da Indústria do Ferro e do Aço (Canacero) lembrou em fevereiro "o alto nível de integração produtiva" com os Estados Unidos e destacou que "os benefícios regionais devem ser prioritários diante da ameaça de excesso de capacidade da China e do sudeste asiático".

Da mesma forma, a Câmara Argentina do Aço (CAA) afirmou que, embora entenda "a necessidade de estabelecer medidas defensivas contra a concorrência desleal diante da ascensão da China como o maior produtor mundial de aço, a resposta deve ser coordenada".

Nesse contexto de tensão, o risco é que haja mais casos como o de Huachipato, "de empresas com história, com anos de produção, com grande prestígio, (que) perdem e têm que fechar", alertou Tavernelli, que insiste em trabalhar de forma coordenada nas Américas para evitar que isso aconteça.

M.Chau--ThChM