

Não há sinais de recessão nos EUA, afirma secretário do Tesouro
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse nesta terça-feira (6) que não há sinais de que a maior economia do mundo tenha entrado em uma recessão, apesar de ter registrado uma contração no primeiro trimestre.
"Eu acredito nos dados, e não há nada nos dados que mostre que estamos em uma recessão", declarou Bessent a legisladores durante uma aparição no Congresso.
As declarações de Bessent contrastam com as do presidente Donald Trump, que em uma entrevista recente, quando perguntado se os Estados Unidos poderiam entrar em uma recessão, respondeu: "Qualquer coisa pode acontecer".
"Mas acredito que vamos ter a melhor economia na história do nosso país. Acredito que vamos ter o maior boom econômico da história", afirmou ele à NBC na entrevista que foi ao ar no domingo.
A definição técnica mais aceita de uma recessão implica dois trimestres consecutivos de contração econômica, embora o Escritório Nacional de Pesquisa Econômica utilize uma métrica ligeiramente mais ampla.
"Na verdade, o relatório de empregos trouxe uma surpresa, de alta", disse Bessent, referindo-se ao relatório de postos de trabalho de abril, que foi melhor do que o esperado.
Desde que voltou à Casa Branca, Trump implementou fortes tarifas contra os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, o que levou a um aumento da volatilidade nos mercados financeiros, com analistas prevendo maior inflação e menor crescimento este ano.
O crescimento no primeiro trimestre de 2025 se contraiu inesperadamente, segundo estimativas iniciais do governo, já que os consumidores e as empresas se apressaram para importar ou comprar mais bens importados antes da implementação das novas tarifas no início de abril.
Bessent disse aos congressistas que o governo está avançando com os principais parceiros comerciais antes de cumprir um prazo autoimposto, em julho, para chegar a um acordo ou enfrentar a perspectiva de tarifas mais altas, exceto pela China, país com o qual os Estados Unidos ainda não iniciaram negociações.
"Talvez já esta semana estejamos anunciando acordos comerciais com alguns dos nossos maiores parceiros", afirmou o secretário, em alusão a declarações recentes do presidente americano.
"E o que eu vou lhes dizer é que, ao negociar com alguns deles, pode ser que não gostem do muro tarifário que o presidente Trump levantou, mas eles (também) o têm", acrescentou. "Então, se as tarifas são tão ruins, por que eles gostam delas?"
H.Ng--ThChM