The China Mail - Medo e orgulho em Harvard frente à 'guerra' declarada por Trump

USD -
AED 3.673004
AFN 71.999569
ALL 86.050197
AMD 389.460258
ANG 1.80229
AOA 915.502824
ARS 1194.721961
AUD 1.540299
AWG 1.8
AZN 1.703303
BAM 1.726473
BBD 2.018715
BDT 121.474537
BGN 1.71947
BHD 0.376947
BIF 2932.5
BMD 1
BND 1.289653
BOB 6.934176
BRL 5.714598
BSD 0.999823
BTN 84.340062
BWP 13.557616
BYN 3.272024
BYR 19600
BZD 2.008395
CAD 1.37775
CDF 2870.999897
CHF 0.82271
CLF 0.02447
CLP 939.039973
CNY 7.21705
CNH 7.210235
COP 4300.5
CRC 505.826271
CUC 1
CUP 26.5
CVE 97.375012
CZK 21.952973
DJF 177.720276
DKK 6.563255
DOP 58.849465
DZD 132.62522
EGP 50.653096
ERN 15
ETB 131.950397
EUR 0.879602
FJD 2.250299
FKP 0.752905
GBP 0.74789
GEL 2.744968
GGP 0.752905
GHS 13.525018
GIP 0.752905
GMD 71.000405
GNF 8655.495518
GTQ 7.696959
GYD 209.181714
HKD 7.753245
HNL 25.899323
HRK 6.623988
HTG 130.677931
HUF 355.702829
IDR 16439.2
ILS 3.604035
IMP 0.752905
INR 84.75605
IQD 1310
IRR 42112.502706
ISK 129.139414
JEP 0.752905
JMD 158.432536
JOD 0.709202
JPY 142.43502
KES 129.499323
KGS 87.449635
KHR 4017.999543
KMF 433.497757
KPW 899.982826
KRW 1375.780374
KWD 0.30642
KYD 0.833249
KZT 514.459746
LAK 21619.999837
LBP 89550.000241
LKR 299.447821
LRD 199.650022
LSL 18.200416
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.476767
MAD 9.236969
MDL 17.131961
MGA 4439.999692
MKD 54.130252
MMK 2099.669739
MNT 3574.896063
MOP 7.980791
MRU 39.562865
MUR 45.390294
MVR 15.410007
MWK 1736.000131
MXN 19.67233
MYR 4.232504
MZN 63.897214
NAD 18.201169
NGN 1606.601818
NIO 36.750412
NOK 10.26665
NPR 134.943503
NZD 1.6646
OMR 0.384992
PAB 0.999828
PEN 3.66442
PGK 4.06775
PHP 55.504968
PKR 281.254077
PLN 3.76075
PYG 8004.731513
QAR 3.641024
RON 4.478497
RSD 103.146038
RUB 81.479595
RWF 1419.762623
SAR 3.751011
SBD 8.357828
SCR 14.223493
SDG 600.499929
SEK 9.570699
SGD 1.28837
SHP 0.785843
SLE 22.729865
SLL 20969.483762
SOS 571.499815
SRD 36.850079
STD 20697.981008
SVC 8.748003
SYP 13001.95156
SZL 18.194976
THB 32.610277
TJS 10.373192
TMT 3.5
TND 2.999598
TOP 2.342097
TRY 38.628475
TTD 6.77616
TWD 29.990498
TZS 2697.491011
UAH 41.425368
UGX 3657.212468
UYU 41.939955
UZS 12944.999865
VES 88.61243
VND 25963.5
VUV 120.703683
WST 2.766267
XAF 579.065754
XAG 0.030102
XAU 0.000291
XCD 2.70255
XDR 0.72166
XOF 576.000019
XPF 105.249489
YER 244.501353
ZAR 18.215535
ZMK 9001.172598
ZMW 27.020776
ZWL 321.999592
Medo e orgulho em Harvard frente à 'guerra' declarada por Trump
Medo e orgulho em Harvard frente à 'guerra' declarada por Trump / foto: © AFP/Arquivos

Medo e orgulho em Harvard frente à 'guerra' declarada por Trump

Os estudantes de Harvard caminham por ruas arborizadas, em meio aos prédios de tijolos vermelhos do campus, mas o medo se esconde sob o clima de normalidade, enquanto a universidade mais prestigiosa dos Estados Unidos se prepara para um "ataque" do presidente americano, Donald Trump.

Tamanho do texto:

Desde que voltou à Casa Branca, Trump pôs universidades americanas de prestígio na alça de mira, acusando-as de tolerarem o antissemitismo em seus campi e por adotarem políticas de diversidade, igualdade e integração.

Na mais recente queda de braço com Harvard, a secretária de Educação, Linda McMahon, anunciou, na noite de segunda-feira, que não "concederão" mais subvenções federais à instituição.

Diferentemente de outras universidades, como a nova-iorquina Columbia, que se dobraram nos últimos dias, Harvard optou por processar o governo, em um contra-ataque elogiado por estudantes, professores e comentaristas.

"Não se trata de escalpelar (Harvard). Trata-se de uma guerra-relâmpago e de recorrer às maiores armas que você tem", disse na semana passada à AFP Sheila Jasanoff, professora da Harvard Kennedy School.

"Essencialmente, não tem havido nenhum freio ao apetite desta administração", acrescentou.

Além de reter os fundos federais, o governo americano deteve para deportação estudantes e pesquisadores estrangeiros que apoiaram as manifestações de 2024 pedindo a cessação da guerra de Israel em Gaza, revogou centenas de vistos e ameaçou Harvard com a suspensão da isenção fiscal.

As deportações foram paralisadas pela justiça.

- "É o que merecem!" -

Mas Kseniia Petrova, pesquisadora de Harvard, está detida desde fevereiro, depois que teve retirado seu visto quando voltava da França.

"É o que merecem!", escreveu Trump em sua plataforma, Truth Social, na última sexta-feira.

Para a estudante Feodora Douplitzky-Lunati, agora "há muito mais cautela" entre os estudantes estrangeiros, que temem ser pegos em batidas dos serviços de imigração, como as das universidades de Tufts e Columbia.

As universidades tinham prazo até 30 de abril para entregar ao governo dados dos estudantes estrangeiros sob pena de perderem um certificado-chave para patrocinar os alunos internacionais. No caso de Harvard, eles são 27% do corpo discente.

"Estou muito preocupada com meus colegas, e espero que a maioria dos meus amigos também esteja", diz a estudante americana Alice Goyer, sentada em um parque próximo ao campus.

"(Estamos) na vanguarda de uma batalha política... E acho que os estudantes estrangeiros, em particular, ficaram presos no fogo cruzado, estão sendo usados como ferramentas de negociação", diz Goyer, que acusa Trump de adotar um manual de "autoritarismo".

Atormentados pela ansiedade, os estudantes estrangeiros enfrentam o dilema de sair para as férias de verão e correrem o risco de não poder entrar novamente nos Estados Unidos.

- "As pessoas estão assustadas" -

Inicialmente, o governo tinha colocado sob revisão US$ 9 bilhões (R$ 51,4 bilhões, na cotação atual) em financiamento federal. Por fim, congelou US$ 2,2 bilhões (R$ 12,5 bilhões) em subvenções e US$ 60 milhões (R$ 343,2 milhões) em contratos.

Harvard "tem descumprido com suas obrigações legais, seus deveres éticos e fiscais, suas responsabilidades no tema da transparência e qualquer vislumbre de rigor acadêmico", justificou a secretária de Educação, ao anunciar que o governo deixará de conceder novos fundos federais.

Diante da nova realidade, Harvard congelou as contratações de professores e suspendeu pesquisas em curso.

"A administração tem sido muito mais agressiva do que se esperava. Vai haver caos. O pessoal será reduzido", disse uma das vítimas dos cortes impulsionados pelo governo em várias agências federais. E ela teme um aumento nos casos de aids e tuberculose nos Estados Unidos.

O presidente de Harvard, Alan Garber, disse na semana passada aos alunos que os fundos da universidade - cerca de 53,2 bilhões de dólares em 2024 (aproximadamente 329,3 bilhões de reais, em valores da época) - não podem ser usados para compensar os cortes de Trump por motivos legais.

Segundo alguns alunos, Garber descreveu a situação como uma batalha longa e existencial.

No entanto, Harvard cedeu em algumas exigências: vai mudar o nome de seu departamento de diversidade, equidade e inclusão e deixará de financiar eventos de graduação para estudantes negros, latinos, da comunidade LGBTQ+ e outras minorias.

"Acho que está relacionado com as exigências de Trump", diz Goyer, que atribui as medidas a "uma espécie de reverência" ao presidente.

Mas nem todos os alunos estrangeiros estão dispostos a se calar. O estudante sueco Leo Gerden segue protestando contra as políticas de Trump.

"As pessoas estão assustadas e eu as entendo", diz o jovem de 22 anos, para quem a "estratégia" da administração é "dar o exemplo com algumas poucas pessoas (...) para assustar todas os demais e silenciá-las".

"Minha esperança é que ao final disto vejamos protestos tão grandes quanto os realizados durante a guerra do Vietnã", afirma.

O.Tse--ThChM