The China Mail - Leão XIV, o papa que viveu na pele dos peruanos

USD -
AED 3.67292
AFN 68.331908
ALL 83.20787
AMD 382.634731
ANG 1.789783
AOA 916.999908
ARS 1298.483398
AUD 1.535379
AWG 1.8015
AZN 1.698106
BAM 1.673054
BBD 2.018392
BDT 121.454234
BGN 1.67305
BHD 0.376976
BIF 2981.094953
BMD 1
BND 1.281694
BOB 6.907525
BRL 5.400904
BSD 0.999658
BTN 87.426861
BWP 13.378101
BYN 3.334902
BYR 19600
BZD 2.00793
CAD 1.37914
CDF 2890.000008
CHF 0.805735
CLF 0.024624
CLP 966.009881
CNY 7.18025
CNH 7.18455
COP 4046.29
CRC 505.132592
CUC 1
CUP 26.5
CVE 94.324209
CZK 20.945099
DJF 178.013114
DKK 6.38538
DOP 61.531223
DZD 129.658831
EGP 48.301115
ERN 15
ETB 140.789383
EUR 0.85552
FJD 2.254901
FKP 0.739045
GBP 0.73762
GEL 2.694993
GGP 0.739045
GHS 10.845883
GIP 0.739045
GMD 72.496617
GNF 8667.236955
GTQ 7.667237
GYD 209.056342
HKD 7.820065
HNL 26.167665
HRK 6.449404
HTG 130.804106
HUF 337.970497
IDR 16183.3
ILS 3.37492
IMP 0.739045
INR 87.45675
IQD 1309.495295
IRR 42124.999918
ISK 122.539855
JEP 0.739045
JMD 159.957228
JOD 0.708997
JPY 147.002502
KES 129.149997
KGS 87.3788
KHR 4004.22578
KMF 422.507518
KPW 899.956741
KRW 1388.870247
KWD 0.30549
KYD 0.83302
KZT 541.497006
LAK 21636.163779
LBP 89517.243149
LKR 300.889649
LRD 200.427716
LSL 17.579384
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.40633
MAD 9.00556
MDL 16.668948
MGA 4447.333867
MKD 52.634731
MMK 2099.016085
MNT 3589.3757
MOP 8.055945
MRU 39.986313
MUR 45.639835
MVR 15.41069
MWK 1733.339606
MXN 18.74209
MYR 4.213007
MZN 63.96021
NAD 17.579384
NGN 1531.819822
NIO 36.783576
NOK 10.17819
NPR 139.882806
NZD 1.687023
OMR 0.384497
PAB 0.999645
PEN 3.563216
PGK 4.15911
PHP 57.111003
PKR 283.614885
PLN 3.644412
PYG 7320.786997
QAR 3.644568
RON 4.332198
RSD 100.256002
RUB 79.849651
RWF 1447.476476
SAR 3.752394
SBD 8.223773
SCR 14.966809
SDG 600.443843
SEK 9.56345
SGD 1.282402
SHP 0.785843
SLE 23.179702
SLL 20969.49797
SOS 571.257485
SRD 37.539778
STD 20697.981008
STN 20.958084
SVC 8.746792
SYP 13001.259394
SZL 17.573995
THB 32.448497
TJS 9.321608
TMT 3.51
TND 2.921557
TOP 2.342096
TRY 40.89616
TTD 6.782633
TWD 30.013498
TZS 2612.498965
UAH 41.258597
UGX 3558.597092
UYU 39.991446
UZS 12577.416595
VES 134.31305
VND 26270
VUV 119.348233
WST 2.651079
XAF 561.119404
XAG 0.026468
XAU 0.0003
XCD 2.70255
XCG 1.801625
XDR 0.702337
XOF 561.126604
XPF 102.01882
YER 240.274978
ZAR 17.58619
ZMK 9001.200507
ZMW 23.166512
ZWL 321.999592
Leão XIV, o papa que viveu na pele dos peruanos
Leão XIV, o papa que viveu na pele dos peruanos / foto: © AFP

Leão XIV, o papa que viveu na pele dos peruanos

Dias antes de deixar o Peru contra seu desejo, o então bispo Robert Francis Prevost calçou botas de borracha e foi até uma área inundada para ajudar os afetados. Naquela altura, já estava há muitos anos vivendo na pele de um país com problemas que marcaram seu caminho.

Tamanho do texto:

Foi no Peru - país ao qual esteve conectado por quase quatro décadas - onde o agora papa Leão XIV conheceu de perto a pobreza, levantou a voz contra os excessos do poder e desenvolveu sua consciência ambiental.

De origem americana, Prevost recebeu a nacionalidade peruana em 2015 antes de se tornar bispo de Chiclayo, uma cidade de cerca de 600 mil habitantes.

Ele "se meteu na pele dos peruanos, se misturou, foi um de nós", afirma à AFP Kurt Mendoza, que trabalhou com ele de 2018 a 2023 na Conferência Episcopal Peruana (CEP).

O novo papa tem "o Peru em seu coração", como disse o jornal El Comercio em sua capa nesta sexta-feira (9).

- A pobreza -

Prevost tinha 30 anos quando chegou como missionário agostiniano na empobrecida localidade de Chulucanas em 1985. Seu começo como sacerdote moldou "sua marca", opina Véronique Lecaros, chefe do departamento de Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Peru.

Entrou em contato com as áreas rurais onde as carências se acentuam. Mais do que falar, ele ouvia os desfavorecidos.

"Seu contato com a pobreza teria sido diferente sem conhecer o Peru e meter os pés no barro, porque não é igual nos Estados Unidos", diz Lecaros.

Depois de deixar Chulucanas e passar um breve período nos Estados Unidos, ele retorna ao Peru, especificamente para Trujillo, onde passou 10 dos 38 anos em que esteve vinculado ao Peru.

Com 34 milhões de habitantes, o país andino registra atualmente uma pobreza de 27% da população, embora nas áreas rurais seja de 39%. E Trujillo é conhecida como o berço do crime de extorsão.

- O poder -

Como bispo de Chiclayo (2015-2023), o agora papa americano-peruano de 69 anos enfrentou o poder político.

Em 2017, pediu ao falecido ex-presidente Alberto Fujimori - julgado e preso por violações de direitos humanos - que pedisse "perdão pessoalmente" às vítimas.

Quando estava prestes a encerrar sua missão no Peru em 2023, defendeu o direito ao protesto. O país passava por uma grave crise devido às manifestações contra o governo que deixaram meio centena de civis mortos.

Também revelou que naquele momento disse ao papa Francisco que não era "o melhor momento" para sair do Peru.

Defensor da "democracia e institucionalidade", Leão XIV não "vai ficar calado" frente aos poderosos, aponta o ex-colaborador de Prevost na Conferência Episcopal.

- Crise climática -

O novo bispo de Roma aderiu à mensagem de alerta frente à crise climática propagada por seu antecessor Francisco, considerado pelo próprio clero como sua maior influência ideológica.

Será um papa defensor do meio ambiente, asseguram as fontes. Um indício disso é a Comissão de Ecologia Integral que ele formou em Chiclayo, precisamente em defesa da causa.

Em uma de suas últimas ações no Peru, Prevost foi até uma área inundada por chuvas extremas para advogar pelos afetados. Gravou um vídeo usando botas e camisa curta, com água até os tornozelos e casas destruídas ao seu redor.

- O mais peruano -

"Eu sou muito feliz no Peru", dizia Prevost a Francisco antes de ser nomeado cardeal e enviado a Roma, segundo confessou a uma publicação agostiniana em 2023.

Nos 38 anos de sua missão, desenvolveu um gosto pelo ceviche, o cabrito, o seco (ensopado de carne) e o arroz com pato, pratos dos quais ele afirmou que sentiria "muita falta" no Vaticano.

"Não tinha medo de subir em um cavalo, de entrar na cozinha, de servir comida, de atender as pessoas em sua simplicidade", destaca monsenhor Carlos García, presidente da CEP.

Não tinha motorista e dirigia um carro modesto. Gostava de aproveitar longas caminhadas pelas paisagens peruanas.

É "tão respeitado" que nem mesmo o Opus Dei - a ordem ultraconservadora que governava a diocese de Chiclayo antes de sua chegada - o criticou abertamente, aponta Kurt Mendoza.

G.Tsang--ThChM