The China Mail - Marcha do Silêncio completa 30 anos no Uruguai marcada pela morte de Mujica

USD -
AED 3.672502
AFN 69.502909
ALL 83.649884
AMD 383.497764
ANG 1.789783
AOA 916.99971
ARS 1298.500102
AUD 1.53845
AWG 1.8015
AZN 1.699807
BAM 1.672875
BBD 2.019801
BDT 121.54389
BGN 1.678235
BHD 0.377043
BIF 2955
BMD 1
BND 1.2813
BOB 6.912007
BRL 5.413502
BSD 1.000321
BTN 87.544103
BWP 13.368973
BYN 3.323768
BYR 19600
BZD 2.009452
CAD 1.380635
CDF 2890.000265
CHF 0.806845
CLF 0.024611
CLP 965.502654
CNY 7.18025
CNH 7.18589
COP 4049
CRC 505.848391
CUC 1
CUP 26.5
CVE 95.149722
CZK 21.009805
DJF 177.720135
DKK 6.40231
DOP 61.698782
DZD 129.62982
EGP 48.329502
ERN 15
ETB 140.400431
EUR 0.85772
FJD 2.25845
FKP 0.736821
GBP 0.738215
GEL 2.69497
GGP 0.736821
GHS 10.650402
GIP 0.736821
GMD 72.501322
GNF 8674.999669
GTQ 7.67326
GYD 209.282931
HKD 7.840785
HNL 26.350484
HRK 6.4627
HTG 130.995403
HUF 339.171498
IDR 16160.5
ILS 3.38188
IMP 0.736821
INR 87.66785
IQD 1310
IRR 42125.000026
ISK 122.829824
JEP 0.736821
JMD 160.068427
JOD 0.70901
JPY 147.282503
KES 129.497369
KGS 87.378798
KHR 4006.999808
KMF 422.505316
KPW 899.984127
KRW 1389.584975
KWD 0.30561
KYD 0.833615
KZT 538.462525
LAK 21599.999699
LBP 89534.569506
LKR 301.105528
LRD 201.502598
LSL 17.610162
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.425013
MAD 8.997985
MDL 16.680851
MGA 4440.000296
MKD 52.814529
MMK 2099.271251
MNT 3588.842841
MOP 8.081343
MRU 39.939472
MUR 45.350198
MVR 15.391627
MWK 1736.499126
MXN 18.790497
MYR 4.220499
MZN 63.960273
NAD 17.610022
NGN 1533.140006
NIO 36.750239
NOK 10.216085
NPR 140.070566
NZD 1.689095
OMR 0.384498
PAB 1.000321
PEN 3.562501
PGK 4.146986
PHP 57.201502
PKR 282.250328
PLN 3.6546
PYG 7492.783064
QAR 3.640497
RON 4.341971
RSD 100.509002
RUB 79.747574
RWF 1444
SAR 3.752355
SBD 8.223773
SCR 14.719684
SDG 600.504623
SEK 9.56962
SGD 1.283715
SHP 0.785843
SLE 23.210419
SLL 20969.49797
SOS 571.49826
SRD 37.53989
STD 20697.981008
STN 21.4
SVC 8.75255
SYP 13001.240644
SZL 17.610009
THB 32.41399
TJS 9.318171
TMT 3.51
TND 2.88425
TOP 2.342098
TRY 40.85465
TTD 6.789693
TWD 30.041939
TZS 2620.000054
UAH 41.503372
UGX 3559.071956
UYU 40.030622
UZS 12587.502803
VES 134.31305
VND 26269
VUV 119.406082
WST 2.658145
XAF 561.06661
XAG 0.026328
XAU 0.000299
XCD 2.70255
XCG 1.802887
XDR 0.702337
XOF 559.999568
XPF 102.750146
YER 240.275006
ZAR 17.59347
ZMK 9001.196617
ZMW 23.033465
ZWL 321.999592
Marcha do Silêncio completa 30 anos no Uruguai marcada pela morte de Mujica
Marcha do Silêncio completa 30 anos no Uruguai marcada pela morte de Mujica / foto: © IMAGENES DEL SILENCIO/AFP

Marcha do Silêncio completa 30 anos no Uruguai marcada pela morte de Mujica

Quatro décadas após o retorno à democracia, o Uruguai ainda se pergunta onde estão os quase 200 detidos desaparecidos durante a última ditadura militar.

Tamanho do texto:

Nesta terça-feira, como há 30 anos, uma multidão marchou em silêncio novamente para exigir progresso em suas buscas.

Sob o lema "30 veces Nunca Más: sepan cumplir. ¿Dónde están?", a marcha avançará pela mesma avenida de Montevidéu que, na semana passada, reuniu milhares de pessoas para o cortejo fúnebre do ex-presidente José "Pepe" Mujica.

O popular líder de esquerda, que completaria 90 anos nesta terça-feira, compareceu à marcha de 2024, já sofrendo de câncer de esôfago.

"Lembro-me de dizer: 'Isso vai acabar no dia em que todos nós desaparecermos'". "Eu estava errado", disse Mujica, um ex-guerrilheiro que suportou 13 anos de prisão em condições desumanas durante a ditadura.

"Depois viajei pela Espanha e encontrei pessoas de uma geração mais jovem revirando ossos", acrescentou, referindo-se às vítimas da Guerra Civil Espanhola (1936-1939) e da ditadura de Francisco Franco, que durou até 1975.

"Há coisas que os seres humanos não esquecem mais", afirmou.

- Proibido esquecer -

O Uruguai também não esquece.

"Não sabemos se o silêncio será rompido, mas seguimos comprometidas com a denúncia, com o que construímos como sociedade, com a consciência de que o terrorismo de Estado ocorrido no passado está determinando nosso presente", disse à AFP Elena Zaffaroni, integrante do coletivo Madres y Familiares de Uruguayos Detenidos Desaparecidos.

Na mesma linha, María Bellizzi afirma que é preciso "saber a verdade, tudo o que fizeram, onde estão (os desaparecidos), quem são os genocidas".

Bellizzi, de 100 anos, e outras mães receberam o reconhecimento do governo uruguaio na segunda-feira por sua busca incansável, que ela acredita ter começado em 1977. O desaparecimento de seu filho, Andrés Humberto Bellizzi, naquele ano na Argentina, permanece sem resposta.

"O que queremos não são ossos, queremos saber o que fizeram com nossos filhos", disse Bellizzi a jornalistas.

O coletivo Imágenes del Silencio, que ajuda a organizar a marcha há dez anos, instalou recentemente cartazes gigantes com imagens de ossos encontrados no Uruguai.

As imagens "mostram que eles estavam lá, que estavam nos batalhões, e isso demonstra a mentira sistemática" sobre o paradeiro dos desaparecidos, disse à AFP Soledad Acuña, integrante do grupo.

- Contas pendentes-

Bellizzi, que dedicou metade de sua vida à busca por seu filho e outras pessoas desaparecidas, tem esperança de que haverá progresso sob o novo governo de esquerda do presidente Yamandú Orsi, herdeiro político de Mujica. Mas criticou o fato de que os governos democráticos recentes tenham avançado "muito pouco". "Encontrar corpos não é grande proeza", disse.

Desde o fim da ditadura (1973-1985), período que incluiu três mandatos presidenciais da coalizão de esquerda Frente Ampla, os restos mortais de oito pessoas desaparecidas foram identificados.

Registros oficiais somam 197 pessoas desaparecidas, a maioria foi detida na Argentina no marco do Plano Condor, uma colaboração entre regimes vizinhos.

Cerca de trinta militares, a maioria reformados, foram processados por crimes cometidos durante a ditadura.

Wilder Tayler, um dos diretores do Instituto Nacional de Direitos Humanos, disse à AFP que a lentidão das buscas se deve a um "pacto de silêncio" entre os envolvidos nos desaparecimentos.

A essa barreira quase intransponível se soma "a ausência de políticas públicas sistemáticas que transcendam os governos", acrescenta.

A ministra da Defesa, Sandra Lazo, afirma que está trabalhando em busca de progressos.

"O Ministério hoje deve ser um facilitador, uma ferramenta para essa busca pela verdade", disse Lazo à AFP após participar da homenagem às mães dos desaparecidos. "Tenho esperanças de progresso e trabalho para isso", afirmou.

Bellizzi também está otimista. "Com este governo, estamos mais esperançosas (...) Esperamos conseguir algo mais. Há 197 pessoas desaparecidas. Os arquivos têm que estar em algum lugar, e muitos sabem, mas se calam", concluiu.

D.Pan--ThChM