BBC está decidida a contestar acusação de Trump, diz seu presidente
O presidente da BBC, Samir Shah, afirmou nesta segunda-feira (17) que a emissora britânica está decidida a se defender do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que quer uma indenização de até US$ 5 bilhões (R$ 26,5 bilhões, na cotação atual) pela edição enganosa de um de seus discursos.
"Quero ser muito claro com vocês: nossa posição não mudou. Não há nenhuma base legal para uma ação por difamação e estamos decididos a contestá-la", escreveu Samir Shah, em uma mensagem enviada aos funcionários da BBC nesta segunda-feira.
Trump disse na sexta-feira que processará a BBC por difamação, pelo que reivindicaria uma quantia entre US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) e US$ 5 bilhões, depois que a emissora se desculpou pela edição enganosa, mas descartou pagar uma indenização.
A rede de TV foi questionada por ter editado o discurso do presidente americano de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio em Washington. Na montagem do discurso de Trump, parecia incitar seus apoiadores a marcharem em direção ao Congresso para "lutar como demônios".
No entanto, na frase original, o republicano dizia: "Vamos caminhar até o Capitólio e vamos incentivar nossos bravos senadores e representantes no Congresso". A expressão "lutar como demônios" correspondia a outra parte do discurso.
Os advogados de Trump enviaram uma carta à BBC na semana passada acusando a emissora de difamar o presidente com a edição do vídeo.
Os juristas haviam solicitado à emissora que se retratasse e retirasse o documentário antes das 22h00 GMT (19h em Brasília) de sexta-feira, 14 de novembro.
"Embora a BBC lamente sinceramente a forma como essas imagens foram editadas, rejeitamos firmemente que haja base legal para uma denúncia por difamação", afirmou a rede de TV em um comunicado na quinta-feira.
Y.Parker--ThChM