The China Mail - Meta, câmbio e o pacto Nvidia

USD -
AED 3.672504
AFN 66.842902
ALL 81.797522
AMD 380.658436
ANG 1.790403
AOA 917.000155
ARS 1469.506198
AUD 1.498801
AWG 1.8025
AZN 1.706691
BAM 1.649295
BBD 2.005557
BDT 121.238953
BGN 1.651205
BHD 0.377083
BIF 2971.738883
BMD 1
BND 1.272868
BOB 6.881198
BRL 5.295102
BSD 0.995737
BTN 87.658537
BWP 13.247038
BYN 3.370227
BYR 19600
BZD 2.00463
CAD 1.37555
CDF 2824.999664
CHF 0.786695
CLF 0.024157
CLP 947.689551
CNY 7.114349
CNH 7.10216
COP 3879.62
CRC 501.553653
CUC 1
CUP 26.5
CVE 92.98472
CZK 20.526297
DJF 177.323534
DKK 6.29991
DOP 62.432805
DZD 129.265041
EGP 48.121397
ERN 15
ETB 143.752145
EUR 0.843898
FJD 2.233202
FKP 0.732451
GBP 0.73279
GEL 2.70406
GGP 0.732451
GHS 12.198104
GIP 0.732451
GMD 71.999746
GNF 8635.963081
GTQ 7.633408
GYD 208.249005
HKD 7.775745
HNL 26.109432
HRK 6.359604
HTG 130.287584
HUF 328.939768
IDR 16434.15
ILS 3.32547
IMP 0.732451
INR 87.749296
IQD 1304.476152
IRR 42062.502706
ISK 120.701691
JEP 0.732451
JMD 160.027997
JOD 0.709013
JPY 146.35602
KES 129.198106
KGS 87.448599
KHR 3991.01116
KMF 415.000286
KPW 899.982242
KRW 1377.853451
KWD 0.30498
KYD 0.829792
KZT 538.453754
LAK 21581.326317
LBP 89170.176792
LKR 300.647642
LRD 177.249882
LSL 17.294407
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.383458
MAD 8.936028
MDL 16.489577
MGA 4385.040266
MKD 51.891486
MMK 2099.648647
MNT 3597.429174
MOP 7.982274
MRU 39.655456
MUR 45.060523
MVR 15.310414
MWK 1726.349343
MXN 18.29271
MYR 4.184498
MZN 63.909556
NAD 17.294407
NGN 1489.259696
NIO 36.638376
NOK 9.81407
NPR 140.251548
NZD 1.674131
OMR 0.384495
PAB 0.99575
PEN 3.475258
PGK 4.162187
PHP 56.88497
PKR 282.547624
PLN 3.590917
PYG 7105.421826
QAR 3.631181
RON 4.2771
RSD 98.892011
RUB 83.098939
RWF 1443.346784
SAR 3.751525
SBD 8.217066
SCR 14.837196
SDG 601.500647
SEK 9.245711
SGD 1.276585
SHP 0.785843
SLE 23.309842
SLL 20969.503664
SOS 569.040903
SRD 38.2995
STD 20697.981008
STN 20.659153
SVC 8.712811
SYP 13001.781154
SZL 17.288021
THB 31.734985
TJS 9.370235
TMT 3.51
TND 2.889344
TOP 2.342102
TRY 41.29728
TTD 6.763138
TWD 30.034703
TZS 2465.000307
UAH 40.978876
UGX 3487.822978
UYU 39.996964
UZS 12292.552115
VES 160.24738
VND 26375
VUV 118.610162
WST 2.654417
XAF 553.151102
XAG 0.02402
XAU 0.000273
XCD 2.70255
XCG 1.794593
XDR 0.687945
XOF 553.151102
XPF 100.57006
YER 239.549613
ZAR 17.397602
ZMK 9001.196752
ZMW 23.276033
ZWL 321.999592

Meta, câmbio e o pacto Nvidia




Brasil entra em agosto sob um triplo choque de realidade. A meta fiscal, tratada pelo governo como bússola, virou motivo de sarcasmo entre agentes de mercado; o câmbio recua em ritmo acelerado, aliviando parte das pressões financeiras; e, nos EUA, um acordo inédito entre a Casa Branca e a Nvidia reabre o canal de vendas de chips de IA para a China em troca de receita para o governo — uma engenharia regulatória que intriga juristas e investidores.

Meta fiscal: alvo fixo, credibilidade móvel
Depois de um 2024 “no limite”, o governo reafirmou para 2025 a meta de déficit primário zero com faixa de tolerância, e projetou superávit de 0,25% do PIB para 2026. No discurso oficial, trata-se de um compromisso inegociável. Na prática, porém, a confiança foi sendo corroída pela dependência de receitas extraordinárias, renúncias reformatadas e manobras de apuração. Daí a ironia que pegou nas mesas de operação — “a meta virou piada” — não porque o número seja impossível, mas porque o caminho para alcançá-lo ainda parece frágil: base tributária concentrada, gasto obrigatório rígido e baixa previsibilidade legislativa. Enquanto isso, o setor privado reprecifica risco: crédito mais seletivo, prazos mais curtos e prêmios mais altos para papéis longos.

Câmbio em queda: trégua que melhora o humor
O dólar caiu para a casa de R$ 5,38 em meados de agosto, o menor nível em mais de um ano, ajudado por fatores externos (apetite a risco global e expectativa de alívio monetário nas economias centrais) e internos (balança comercial robusta e percepção — ainda que contestada — de disciplina fiscal mínima). A bolsa reagiu, e o custo de hedge cambial cedeu. Para empresas importadoras, o alívio é imediato; para exportadores, exige ajuste fino de preços e proteção de margens. A volatilidade, contudo, segue elevada: qualquer ruído fiscal, surpresa inflacionária ou mudança no cenário de juros lá fora pode devolver prêmio ao dólar rapidamente.

O acordo “esquisito” com a Nvidia: precedente ou gambiarra?
Em Washington, a administração Trump negociou com Nvidia e AMD um arranjo de “liberar com contrapartida”: licenças para vender versões rebaixadas de chips de IA à China, mediante a transferência de 15% da receita dessas vendas ao Tesouro americano. O pacote inclui modelos como o H20 (Nvidia) e o MI308 (AMD) e acena, no limite, para versões modificadas de futuras gerações. É um desenho sem paralelo recente: contorna o dilema segurança-nacional versus mercado ao criar um “pedágio regulatório” — e levanta dúvidas constitucionais e legais. Também abre margem para retaliações ou substituição tecnológica acelerada do lado chinês. Para o investidor, a mensagem é dupla: o ciclo de IA continua monumental, mas a geopolítica segue no volante.

Impactos cruzados para Brasil e mercados
Cenário fiscal — O humor melhorou com o câmbio, mas a precificação de risco soberano continuará sensível a cada relatório de arrecadação, corte de gasto obrigatório e evolução da pauta no Congresso.
Ativos locais — Juros longos podem ganhar fôlego se o dólar permanecer comportado, mas exigem prova trimestral de meta fiscal crível.
Tecnologia & semicondutores — A reabertura parcial de exportações para a China sustenta receitas de líderes de IA, porém sob incerteza jurídica e de compliance.
- Commodities — Real mais forte altera termos de troca e lucros setoriais; hedge e governança de capital de giro tornam-se centrais.
Fluxos globais — Qualquer inflexão na política americana para chips (ou reação chinesa) pode reprecificar ciclos de CAPEX de nuvem, data centers e, por tabela, cadeias brasileiras expostas a tecnologia.

Como se posicionar (sem ilusões)
Tese fiscal: privilegie crédito corporativo de emissores com geração de caixa resiliente e baixa dependência do ciclo fiscal; evite duration longa soberana sem proteção.
Câmbio: use recuos do dólar para reequilibrar proteção em empresas importadoras; exportadores devem manter políticas de hedge dinâmicas.
Tech global: a tese de IA segue válida, mas o risco regulatório virou variável de primeira ordem — diversificação entre segmentos (chips, infraestrutura, software de camada) reduz surpresas.
Portfólios locais: combine bolsa defensiva (utilities, energia) com selecionados plays de valor cíclico; mantenha caixa tático para aproveitar overshoots.
Governança: para quem depende de dólar (insumos, dívida), formalize gatilhos de hedge e cenários; improviso custa caro quando a maré vira.