The China Mail - Galípolo: Força e Liquidez?

USD -
AED 3.672498
AFN 66.150161
ALL 82.071137
AMD 381.637168
ANG 1.790403
AOA 916.999936
ARS 1438.256099
AUD 1.506342
AWG 1.8025
AZN 1.699944
BAM 1.664227
BBD 2.01353
BDT 122.174949
BGN 1.66419
BHD 0.377021
BIF 2953.186891
BMD 1
BND 1.288882
BOB 6.933288
BRL 5.415401
BSD 0.999745
BTN 90.68295
BWP 13.20371
BYN 2.923673
BYR 19600
BZD 2.010636
CAD 1.37759
CDF 2249.999887
CHF 0.796505
CLF 0.023307
CLP 914.329452
CNY 7.047251
CNH 7.03707
COP 3818
CRC 500.085092
CUC 1
CUP 26.5
CVE 93.826583
CZK 20.690115
DJF 178.029272
DKK 6.35725
DOP 63.504084
DZD 129.632022
EGP 47.410894
ERN 15
ETB 155.599813
EUR 0.85089
FJD 2.30425
FKP 0.747395
GBP 0.74648
GEL 2.694962
GGP 0.747395
GHS 11.496767
GIP 0.747395
GMD 73.500752
GNF 8693.802358
GTQ 7.658271
GYD 209.155888
HKD 7.778455
HNL 26.33339
HRK 6.4073
HTG 130.989912
HUF 327.403973
IDR 16686
ILS 3.216095
IMP 0.747395
INR 90.999802
IQD 1309.654993
IRR 42110.000076
ISK 126.110034
JEP 0.747395
JMD 159.76855
JOD 0.708985
JPY 154.862997
KES 128.901063
KGS 87.450382
KHR 4000.153165
KMF 419.999769
KPW 900.00025
KRW 1475.82975
KWD 0.306602
KYD 0.833138
KZT 515.642085
LAK 21663.54663
LBP 89542.083418
LKR 309.121852
LRD 176.477597
LSL 16.773656
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.419503
MAD 9.176481
MDL 16.875425
MGA 4456.262764
MKD 52.353371
MMK 2099.766038
MNT 3546.841984
MOP 8.014159
MRU 39.76855
MUR 45.919889
MVR 15.39376
MWK 1733.577263
MXN 17.9653
MYR 4.087497
MZN 63.908035
NAD 16.773727
NGN 1451.770139
NIO 36.793581
NOK 10.173085
NPR 145.07403
NZD 1.727845
OMR 0.384483
PAB 0.999745
PEN 3.36659
PGK 4.24862
PHP 58.718952
PKR 280.175459
PLN 3.59295
PYG 6714.60177
QAR 3.643635
RON 4.3326
RSD 99.894988
RUB 79.349985
RWF 1455.582029
SAR 3.752041
SBD 8.160045
SCR 13.508443
SDG 601.48931
SEK 9.30245
SGD 1.290075
SHP 0.750259
SLE 24.049805
SLL 20969.503664
SOS 570.371001
SRD 38.610055
STD 20697.981008
STN 20.847427
SVC 8.747484
SYP 11058.470992
SZL 16.776719
THB 31.519396
TJS 9.193736
TMT 3.5
TND 2.923758
TOP 2.40776
TRY 42.714703
TTD 6.785228
TWD 31.457502
TZS 2470.000039
UAH 42.257233
UGX 3561.095984
UYU 39.181311
UZS 12095.014019
VES 267.43975
VND 26342
VUV 121.461818
WST 2.779313
XAF 558.16627
XAG 0.015837
XAU 0.000233
XCD 2.70255
XCG 1.801744
XDR 0.69418
XOF 558.16627
XPF 101.481031
YER 238.450309
ZAR 16.80336
ZMK 9001.19767
ZMW 23.168822
ZWL 321.999592

Galípolo: Força e Liquidez?




As redes sociais voltaram a especular sobre a possibilidade de Michael Saylor e a sua empresa MicroStrategy serem “liquidados” devido à queda recente do preço do bitcoin. A discussão se intensificou quando o custo do financiamento de curto prazo nos Estados Unidos subiu: as taxas do mercado de recompra (repo) ficaram acima do teto da faixa meta do Federal Reserve, indicando que a liquidez está mais escassa e pressionando investidores alavancados. Mas a estrutura de financiamento de Saylor é diferente da de um investidor que opera em bolsa com margem; a MicroStrategy usa notas conversíveis e instrumentos de longo prazo para comprar bitcoin, e analistas apontam que a empresa está bem posicionada para atravessar um mercado de baixa. Um conceituado analista do mercado cripto afirmou recentemente que a MicroStrategy não deve ser liquidada no próximo ciclo de queda e que as datas de vencimento mais sensíveis só começam em 2027.

Esse analista observou que a primeira data em que investidores podem exigir o resgate antecipado de notas ocorre em setembro de 2027, e que a empresa precisaria vender parte do seu estoque de BTC apenas se o preço da moeda digital ficasse muito abaixo dos níveis actuais por vários anos. Ainda assim, há um risco de liquidação parcial em 2028 se o bitcoin não subir o bastante, porque as notas conversíveis podem ser resgatadas nesse momento. O próprio Saylor destacou que a empresa alterou sua estrutura de capital para emissões preferenciais perpétuas e que pode suportar uma queda de 80 % no preço do bitcoin sem precisar vender posições.

A pergunta sobre se “a liquidez dos bancos centrais acabou” surge porque, depois de anos de estímulos, as autoridades monetárias estão reduzindo seus balanços e mantendo juros altos. Nos Estados Unidos, o aperto monetário reduziu as reservas bancárias para cerca de 2,8 trilhões de dólares, perto do limite que o Fed considera “amplo” para evitar disfunções. Isso e a forte emissão de títulos públicos levaram as taxas de repo a subir, sinalizando menor disponibilidade de caixa. Analistas observam que a combinação de déficit fiscal elevado e aumento da conta do Tesouro drena reservas do setor privado; por isso o Fed tem alertado bancos para usarem a sua Linha Permanente de Repo como amortecedor e discute com as instituições como melhorar o fluxo de liquidez. Ao mesmo tempo, a escassez não é absoluta: dados do Banco de Compensações Internacionais mostram que o crédito em moeda estrangeira cresceu 6 % em dólares e 13 % em euros em 12 meses até junho de 2025, indicando que o crédito internacional continua a se expandir.

Na zona do euro, a supervisora do Banco Central Europeu, Claudia Buch, advertiu que os bancos devem se preparar para um ambiente com menos liquidez e reforçar o colateral disponível para empréstimos de emergência, mas elogiou o preparo das instituições e disse que o ajuste está sendo feito de forma ordenada. No Brasil, o Banco Central segue ativo no mercado de câmbio: em novembro anunciou leilões de venda de dólares com compromisso de recompra no valor de dois bilhões de dólares para rolar contratos que vencem no começo de 2026. Esse tipo de operação evita que a procura por dólares pressione o real e garante liquidez ao sistema financeiro. Ou seja, a liquidez dos bancos centrais não “acabou”; ela está sendo administrada com mais cuidado, e há instrumentos prontos para socorrer o mercado quando surgem tensões.

No meio dessa reconfiguração global, o Brasil vive a transição de comando no Banco Central. Gabriel Galípolo, economista de perfil técnico e ex‑secretário do Ministério da Fazenda, foi aprovado pelo Senado para presidir a autoridade monetária a partir de 2025. A nomeação foi recebida com otimismo pelo mercado: analistas destacam sua experiência em liderança e rigor técnico como fundamentais para conduzir a política monetária. Mesmo os profissionais que se preocupam com a proximidade de Galípolo com o governo reconhecem que sua indicação sinaliza continuidade na busca da meta de inflação. Durante a sabatina no Senado ele defendeu a independência do BC e ressaltou que “todo mundo pode brigar com o Banco Central, mas o BC não pode brigar com os dados”; especialistas interpretaram a frase como um compromisso com decisões baseadas em indicadores e não em pressões políticas.

Pouco depois, ainda como diretor de Política Monetária, participou de um fórum de investimentos no qual afirmou que o BC não dá pistas sobre os próximos passos justamente porque depende de dados e tem de manter a postura conservadora até que a inflação converja para a meta. A autoridade monetária manteve a Selic em 15 % e sinalizou que essa taxa elevada deve durar “por um período bastante prolongado” para garantir a convergência para o centro da meta de 3 %. Galípolo também reconheceu que a inflação de serviços segue pouco compatível com a meta e que é preciso cautela, mas sublinhou que o país combina crescimento contínuo com desemprego baixo, o que permite usar juros altos por mais tempo sem estagnar a economia.

O elogio ao estilo sereno e institucional de Galípolo também veio da Federação Brasileira de Bancos, que considerou promissora a condução da transição e ressaltou a importância de manter a confiança dos agentes econômicos. Investidores observaram com bons olhos a unanimidade do Comitê de Política Monetária na decisão de subir os juros em sua primeira reunião com Galípolo como diretor, interpretando o voto como um aceno de independência. Outros especialistas lembram que o novo presidente terá de mostrar sensibilidade social ao ajustar a política monetária, evitando que o controle da inflação asfixie o crescimento. Em resumo, enquanto as redes sociais debatem eventuais liquidações de megainvestidores e teorias de que a liquidez global secou, a realidade mostra instituições e autoridades agindo para administrar riscos. O caso de Saylor exemplifica como estratégias estruturadas de longo prazo são menos vulneráveis a oscilações de mercado, e o debate sobre liquidez indica um período de transição em que a oferta de dinheiro não desapareceu, mas será usada com parcimônia. Já no Brasil, a figura de Gabriel Galípolo surge como um sinal de continuidade com prudência, conciliando o combate à inflação com a necessidade de preservar o dinamismo da economia.