The China Mail - Pedaço de trilho é um dos vestígios dos 'voos da morte' durante ditadura no Chile

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Pedaço de trilho é um dos vestígios dos 'voos da morte' durante ditadura no Chile
Pedaço de trilho é um dos vestígios dos 'voos da morte' durante ditadura no Chile / foto: © AFP

Pedaço de trilho é um dos vestígios dos 'voos da morte' durante ditadura no Chile

Atados a pedaços de ferro, os corpos eram lançados ao mar nos chamados "voos da morte". Um trilho oxidado, coberto com vestígios de moluscos, é o que resta das raras provas desta prática da ditadura de Augusto Pinochet para sumir com os opositores no Chile.

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O pedaço de metal de cerca de 110 centímetros, que foi recuperado do fundo do mar chileno, é exibido desde a semana passada no Museu da Memória em Santiago, dedicado às vítimas do regime militar (1973-1990).

Os pesquisadores acreditam que o trilho foi amarrado ao corpo de uma das pessoas executadas por homens de Pinochet, que morreu em 2006 sem ser julgado pelas graves violações de direitos humanos cometidas em seu regime.

"É um prova material, palpável e comovente de uma política de extermínio", disse à AFP María Luisa Ortiz, diretora do departamento de coleções e investigação do Museu da Memória e Direitos Humanos.

A ditadura de Pinochet deixou mais de 3.200 vítimas, entre mortos e prisioneiros desaparecidos. O paradeiro de 1.162 dessas pessoas ainda é desconhecido.

O trilho está dentro de uma vitrine, no setor de 'Descobertas' do museu, junto com um pedaço de corda manchado com ferrugem e um parafuso de 13 centímetros.

- O 'sopro' de um militar -

Os três elementos foram encontrados por mergulhadores da polícia em frente a uma praia na localidade de Caldera, 870 km ao norte de Santiago, em junho de 2013, graças a uma denúncia confidencial de um militar. Tudo isso no marco da investigação judicial da chamado Caravana da morte, um dos casos mais emblemáticos dos crimes cometidos pela ditadura.

Dias depois do golpe de Estado de 11 de setembro de 1973, que derrubou o governo do socialista Salvador Allende (1970-1973), uma comitiva militar encabeçada pelo general Sergio Arellano sobrevoou de helicóptero várias cidades do país para executar partidários de Allende que haviam sido detidos.

A operação, entre setembro e outubro de 1973, terminou com o assassinato ou desaparecimento forçado de 93 prisioneiros políticos. Por estes casos, a Justiça processou 48 militares, incluindo Pinochet e Arellano (que foram absolvidos por seu estado de saúde), e condenou 27 militares aposentados.

Até o momento, não se sabe ainda a qual caso estão vinculados o trilho, a corda e o parafuso, já que são parte do "caderno reservado" da investigação.

"Um trilho ferroviário não chega ao mar sozinho. Alguém o lançou com um objetivo. A peça fala por si", assegura Ortiz.

O laudo pericial indica que esta evidência está relacionada ao "episódio Copiapó", do caso Caravana da morte.

Em Copiapó, a 77 km de Caldera, a delegação liderada pelo general Arellano executou 13 prisioneiros que foram sepultados no cemitério da cidade. Outros três, de paradeiro desconhecido, podem ter sido lançados ao mar.

- Dois enterros e um lançamento ao mar -

No entanto, a Justiça descarta que estejam relacionados ao ocorrido em Calama, a cerca de 1.500 km de Santiago. Lá, a operação de Arellano, designado por Pinochet como seu "delegado", assassinou 26 pessoas. Todos os corpos foram sepultados no deserto.

Porém, mais de um ano depois, quando os familiares começaram a perguntar pelos prisioneiros, os cadáveres foram desenterrados por militares e levados a outro setor, a um quilômetro de distância, onde voltaram a ser enterrados.

Quinze dias depois, os restos mortais de cinco das vítimas foram desenterrados novamente, e desta vez, envoltos em sacos, colocados em um avião e lançados ao mar, segundo a investigação judicial.

O pedaço de trilho ferroviário, o parafuso metálico e a corda chegaram até o Museu da Memória por determinação do juiz Mario Carroza, coordenador nacional dos casos de violações ao direitos humanos e membro da Suprema Corte.

Estes vestígios são "algo histórico, algo significativo, importante como símbolo e por isso foram entregues" ao museu, explica Carroza à AFP.

O.Yip--ThChM