

Trump sugere reduzir tarifas sobre produtos chineses para 80%
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu nesta sexta-feira (9) reduzir as tarifas sobre a China para 80%, um dia antes das negociações comerciais entre os dois países na Suíça.
Desde que Trump retornou à Casa Branca em janeiro, seu governo impôs tarifas de até 145% sobre produtos da China.
Pequim retaliou com tarifas de 125% sobre as importações dos EUA e outras medidas.
Desde então, o comércio bilateral ficou praticamente paralisado.
"80% de tarifas para a China parece certo! A decisão é do Scott B.", escreveu Trump em sua rede Truth Social sobre o secretário do Tesouro, Scott Bessent, que liderará a equipe americana nas negociações.
Bessent e o representante comercial Jamieson Greer planejam se reunir com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, neste fim de semana em Genebra para estabelecer as bases para as negociações comerciais.
Em outra publicação, minutos antes, o republicano escreveu em letras maiúsculas que "a China deveria abrir seu mercado para os Estados Unidos. Seria ótimo para eles! Mercados fechados não funcionam mais!", acrescentou.
As negociações planejadas em Genebra são "um passo positivo e construtivo para aliviar as tensões", disse a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, nesta sexta-feira.
- Grande acordo -
Desde janeiro, Trump, um protecionista ferrenho, lançou uma guerra comercial total: novas tarifas sobre vários setores (+25% sobre aço, alumínio e automóveis) e impostos universais (+10% sobre a maioria dos produtos que entram nos Estados Unidos, independentemente de sua origem). E ameaça com mais.
Ele havia planejado tarifas ainda mais altas para parceiros com os quais os Estados Unidos têm déficit comercial, mas as suspendeu até o início de julho, exceto para a China, para dar tempo às negociações.
O magnata republicano afirmou repetidamente que a China tem mais pressa do que os Estados Unidos para chegar a um acordo porque, segundo ele, o país asiático é fortemente dependente das exportações e do acesso ao mercado americano.
"Eles querem fazer negócios conosco e nós queremos fazer negócios com eles. Acho que esse é o objetivo de Scott Bessent e da delegação chinesa também", disse o secretário de Comércio, Howard Lutnick, à CNBC na quinta-feira.
"Acredito que esse é o resultado que o presidente espera, um mundo de desescalada, onde possamos começar a negociar uns com os outros novamente e trabalhar juntos em muitas negociações", acrescentou.
Declarações feitas após os Estados Unidos e o Reino Unido anunciarem um acordo "histórico" entre seus países.
O documento foi tornado público nesta sexta-feira. Tem apenas cinco páginas e "não é juridicamente vinculativo".
Isso deve permitir que o Reino Unido evite a maioria das sobretaxas americanas sobre seus carros e abra o mercado britânico para mais produtos agrícolas dos EUA.
Espera-se que os dois países continuem as negociações para formalizar seus compromissos, mas as tarifas dos EUA sobre produtos britânicos permanecem em vigor por enquanto, de acordo com um porta-voz do governo britânico.
O governo Trump afirmou que o acordo com Londres beneficia ambas as partes, mas principalmente os Estados Unidos.
Q.Moore--ThChM